Let's travel?

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Entre sem bater.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Te matei dentro de mim

Engraçado pensar que cheguei a sentir tanto a sua falta. Acho que hoje finalmente alcancei a indiferença que tanto sonhei em ter em relação a você. Imaginei tanto como seria se um dia você me procurasse. Como seria, como eu reagiria. E então você me procurou. O que eu senti? Nada. Todos sabem que sou um ser extremamente curioso. Então você me procura para falar algo e não diz o que é. Em qualquer outra situação eu me sentiria corroída por dentro de curiosidade. Mas hoje, vindo de você nada mais me interessa. Suas palavras, seu amor, seu dinheiro, você. Nada disso me interessa mais. É como se você realmente tivesse morrido. E morreu. Eu te matei, finalmente. Te matei dentro de mim. (10/06/2015)

Sobre textos depressivos...

Quantos foram os textos que fiz quando estava em estado depressivo. Relendo-os hoje, vejo o quanto são significativos, profundos e inteligentes. Realmente são. Isso só confirma a minha teoria de que as pessoas mais solitárias e tristes são as mais inteligentes. Acabam se suicidando quando percebem que, de fato, a vida não faz sentido algum. A verdade é que eu saí do estado depressivo há algum tempo, uns dois anos. Sério, não estar em depressão é maravilhoso. Não ter vontade de morrer é maravilhoso. Não estou dizendo que hoje em dia tenho medo da morte, muito pelo contrário. Só estou dizendo que ter vontade de seguir em frente é uma sensação mágica. Ter curiosidade pelo que virá, e não ter mais a angústia do fracasso. Descobri que eu escrevia muito mais quando me sentia triste. Achei que não escrevia mais por falta de tempo, mas a verdade é que quando estamos bem, não sentimos a necessidade de transbordar nossas lágrimas em palavras. Atualmente tenho chorado bem pouco, aliás. Em algumas coisas não mudei: continuo achando a palavra "felicidade" meio platônica. Me sinto bem, alegre, livre. Feliz... Já não ousaria afirmar. Enfim. Só queria dizer o quanto é bom estar bem. Apesar de acreditar que o vazio da solidão e da falta de sentido da vida seja muito mais inteligente, a sensação do bem-estar é prazeirosa. Talvez seja aceitável deixar a inteligência de lado em troca da leveza da alegria... às vezes. (08/06/2015)

Dormir: viver ou morrer?

Qual a melhor coisa do mundo? Uns acham que é abraçar, outros acham dizem que é comer, outros acham que é viajar, já ouvi inúmeras respostas. Na minha opinião? Dormir. Dormir sempre foi e sempre será a melhor coisa do mundo. Resposta de depressivo? Talvez. Explico o porquê. Quando estamos dormindo, não sofremos. Dormir é desligar-se do mundo, dormir é entrar em um estado superior de extrema meditação. Existe uma música que diz "só o sono ameniza minha dor". Nas fases mais difíceis da minha vida, o sono profundo foi meu maior aliado, meu melhor amigo. Estar acordada era estar com dor, destruída, acabada, não importa com quem estivesse ou o que estivesse fazendo, aquela assombração da dor interior estava sempre ali. O sono acabava com tudo isso, me levava para outro lugar, longe da dor. Sou muito grata a ele e seria um gesto de ingratidão não considerá-lo a melhor coisa do mundo. Há quem diga que morremos quando dormimos. Se for assim, a morte é maravilhosa. Quando dormimos não sentimos dor, preocupação, ansiedade, estresse, tristeza, tudo aquilo que é ruim vai embora e só retorna quando acordamos. Talvez eu seja mesmo uma depressiva, não vou argumentar quanto a isso, mas nada nem ninguém vai conseguir ser melhor pra mim do que o meu precioso ato de dormir. (14/06/2015)

Infelicidade instrínseca

Cheguei à seguinte conclusão: existem pessoas que "são" infelizes. "São", do verbo "ser", e não "estão", do verbo "estar". (Não sei como a língua inglesa pode utilizar um mesmo verbo para ações tão diferentes, mas enfim). As pessoas que "são" infelizes são seres que se colocam no papel de vítimas da própria existência. Elas colocam empecilhos como desculpa. A vida de ninguém é fácil (se fosse fácil se chamaria "miojo", e não "vida"), mas as pessoas infelizes utilizam os aspectos negativos de si mesmas e de sua rotina como justificativa por estarem sempre estressadas, irritadas, mal-humoradas, enfim, sempre infelizes. O fato é que isso não muda. Pode a rotina mudar, mudar o trabalho, os relacionamentos, pode mudar tudo aquilo que antes era usado como desculpa para a infelicidade, a pessoa vai continuar a ser infeliz e arranjar novas desculpas. Sabe por quê? Porque a felicidade ou a infelicidade é algo que vem de dentro pra fora, e não de fora pra dentro. Claro que existem fases que são piores que outras, e aí entra a questão do "estar" infeliz. O que falo aqui é sobre pessoas que "são" infelizes... E aqui vai um recado para estes seres: ninguém tem culpa se você é infeliz. Pare de descontar nos outros sempre usando desculpas para isso. Só quem pode mudar a infelicidade dentro de você é você mesmo. E pense sobre isso, porque a vida é curta demais para "ser" e "viver" infeliz. 😉 (19/06/2015)