Let's travel?

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Entre sem bater.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Back to black

 A depressão voltou. E voltou com tudo! Bom… vamos organizar as coisas. Libido eu já não tinha desde 2020, logo que fomos morar juntos, e eu achei que o problema era eu. Era meu antidepressivo. Meu temperamento difícil. A pílula anticoncepcional, talvez? Lutei lutei e lutei. E nada. A companhia era maravilhosa, conversas boas apesar de não tão profundas, sei lá, eu só tava vivendo. E achando que o “problema” chamado “relacionamento amoroso” jamais me assombraria novamente. Eis que ele aparece, milico, cabelinho raspado, mais de 1,80, um jeito meio bruto, sabe? E desde o primeiro dia já gostei dele, e o destino nos uniu, sim, ele veio trabalhar diretamente comigo. E me mimava, e me agradava, e o jeito dele ia me encantando cada dia mais. Eis que começaram algumas mensagens… depois mais algumas… até que ficou intenso e eu tomei a decisão de me separar, sair da zona de conforto, pra viver esse “romance”. Só quero deixar claro que eu já estava mal há um tempo, sem comer, chateada, angustiada, e tudo só ia piorando. Dei uma chance e vivi um romance que durou alguns dias. Ele mandando mensagem sempre, me querendo, me desejando, querendo estar comigo. E acabou. Mais dia menos dia. Com a desculpa de que o pai dele estava doente (realmente está, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa). Ele diz estar sem cabeça pra pensar em um “nós”. Foi difícil aceitar e entender, fui troxa um tempo, corri muito atrás, até me humilhei. Mas aí caiu a ficha: cara, ELE NÃO TE QUER, e tá tudo bem!!! Até essa ficha cair, veio o feriado de 7 de setembro, que eu achei que ia morrer. Dois dias acordei passando mal, corpo inteiro quente e dormente, boca adormecida, dor no peito, falta de ar, e cheguei até a vomitar água  (porque não consigo comer há tempos). Então liguei no convênio e implorei uma consulta, “porque, moça, se não tiver, vou ter que ir no pronto socorro, eu tô muito doente”. E tinha, pra aquele mesmo dia, 8 de setembro ao meio dia. E lá fui, escoltada pelos meus pais, Porto Seguro que sempre está comigo. Comprei o remédio. Meu pai comprou feijoada e eu não conseguia encostar, chorei na mesa do restaurante por não conseguir comer. Foi um dos piores dias da minha vida, pelo que me lembro. Tomei o antidepressivo ontem, e hoje de manhã… estou um pouco melhor, apesar de ainda sentir uma solidão absurda, hoje consegui levantar e até fui na academia, até fiz minhas unhas. Agora é esperar. O tempo cicatrizar essa ferida aberta que foi esse término, por mais que seja claro pra mim que ele era só um grande amigo, claro que ainda dói (esse luto foi estranho, parece que não me permiti viver), e a ferida que sangra dessa falta do B, hoje é o primeiro dia do “desapego”, do chá de sumiço, do mertiolate na ferida que eu tanto cutuquei no último mês (indo atrás e não sendo correspondida). Só quero voltar nesse texto daqui um tempo e ver que ele já não faz o menor sentido, que a vida já se encaminhou, que tudo já se encaixou… e que não tenho mais essa dor que me inunda todos os dias pela manhã!