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Entre sem bater.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Infinitamente particular, particularmente infinita

Ela nunca foi do tipo de garota que chama a atenção ou se destaca dentre as demais. Pelo contrário: em meio a outras da sua idade, ela ficava peculiarmente ofuscada. Não era bonita demais nem feia demais, não era baixa ou alta demais. Seus cabelos e suas unhas não eram curtos, nem compridos. Não era gorda, magra, morena ou loira. Ela era simplesmente um meio termo de todas as características. De quando em vez ela largava os óculos, adotava salto, esmalte vermelho, soltava os cabelos; brincava de ser mulher. Mas ela era realmente ela mesma quando estava vestida em suas roupas gastas, com o cabelo mal-preso, os óculos, lápis e papéis sendo seus melhores aliados. Ela não se preocupava com o fato de não ser a mais deslumbrante, a mais inteligente ou a mais engraçada. Preocupava-se, apenas, em ser gostada com todos os seus defeitos (que não eram poucos!), em aprender com cada gesto, fato e palavra, evitando o que a agredia e buscando o equilíbrio que uma boa libriana almeja. Não tinha muitos amigos, mas também não tinha poucos. Claro, tinha aqueles 4 ou 5 que estavam sempre com ela, para quem ela choramingava, com quem ela contava e oferecia seu ombro. E tinha sua família que, embora pequena, tinha membros por quem ela possuía infinita admiração e com quem ela possuía inigualável afinidade. E, assim, dia a dia, segundo a segundo, ela foi aprendendo as duas coisas que ela considera as mais importantes: a crescer sempre, independente de tudo e que sozinha ela não ultrapassaria sequer as fronteiras auto-impostas.

R.L.A.

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