Let's travel?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
A fuga do escorpião - I
"Meu coração não batia forte, apesar da raiva. Não hesitei nas palavras. Encarei-o enquanto dizia. Sem paixão. O que pudesse estar pensando, enquanto ouvia; o que poderia dizer, quando eu calasse, não interessava. Éramos iguais. *À força de reconhecer o alicerce da minha defesa, descobri outra coisa naquele dia: tornara-me irremediavelmente adulto. Não havia retrocesso. Teria de assumir a responsabilidade de meus atos (certos ou errados). Viver com ela. A plena consciência de ser responsável por mim, no sentido mais amplo, me fez sentir a indestrutível solidão de que estava vestido. Tudo o que ocorresse do meu corpo para fora, ou de fora para dentro de mim, percorria caminhos perigosamente meus. Só meus. Não era questão de permitir que outros interferissem. Não poderiam, mesmo querendo. Eu era eu. A certeza não impediu que soasse um gongo de receio. A vibração durou o tempo de espalhar-se e diluir-se."
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