"Por que tanto medo? Você nasceu sozinho e sozinho baixará à sepultura, não tem jeito. Por que tanta aflição? Aquela história de que é impossível ser feliz sozinho foi criada apenas para solucionar o verso daquele cantor, como é mesmo o nome dele? Está triste? Passa. Dói? Dói muito, a dor que deveras sente, porque dor de coração dói na alma, no braço, no calcanhar, no queixo, dói tudo e mais um pouco, porque a dor da alma de verdade é aquela que você cultivou para ser a não-dor, para ser o não-fim, para ser a lindeza de um amor tranquilo, e quando desaba, sai debaixo... Mas por que tanto desespero? O vazio do peito cresce e abarca, entope de tanta ausência? Fazer o que, se o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou, não é? Não? Tem dúvidas? E qual o amor que não resta dúvidas, qual o fim que deixa certezas, qual a vida que prescinde da morte e vice versa? Olha, vai lá, saia para a rua, deixe para trás essa poeira que, é bom que você saiba, nunca vai assentar, viu? Levanta e anda, porque a paralisia só faz a dor doer ainda mais. Pense em todas as besteiras que puder pensar, surte todos os surtos e suba e desça, encolha até virar uma fatia fininha de sentimento algum. Porque a dor que deveras sente é a pior. A dor de quem fica enquanto o outro vai. Ou dor de quem vai enquanto o outro fica."
- Autor (genial) desconhecido.
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