Eu queria entender o por quê de eu estar me sentindo tão bem. Não digo feliz, porque como bem se sabe, não acredito nesta palavra e nem sei o que ela ainda faz no dicionário. Mas estou sentindo uma paz de espírito tão grande e tão boa, que quase posso enxergar a cor branca dentro da minha alma. Estranho, não seria agora o tal do bendito inferno astral? Ah, não importa também. A paz é ótima, mas é péssima ao mesmo tempo. Péssima por eu saber que a próxima fase é de guerra. Sempre assim. Tempestade, calmaria, tempestade, calmaria. A tempestade é cortante, mas reconforta por saber que a calmaria está por vir. O que pensar da calmaria? É meio contraditório gostar dela. Como um sonho bonito, que há de acabar ao despertar. Entretanto... não há como negar que assim como é tão bom sonhar, essa paz é tão boa de se sentir. Melhor ainda por ser uma paz sem motivo, simplesmente uma paz. Uma paz que há de se expirar com algum dos próximos nasceres do sol. Não me lembro da última vez que a paz havia me visitado, e não me lembro de ela já ter me feito uma visita tão longa quanto agora. Eu não me chatearia se esse sentimento durasse mais alguns meses, embora ache isso improvável. Por ora, aproveitarei ao máximo a presença da paz enquanto ela está do meu lado, está de todos os lados, dentro de mim, me preenchendo. Aproveitarei cada segundo de paz. E depois? Bom, depois... que venha a tempestade.
R.L.A.
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