"Meu Deus! Eu detestava aquela história de ser adulta. Detestava tomar decisões quando não sabia o que haveria escondido atrás da situação. Desejava um mundo onde as coisas boas e más tivessem rótulos claros. Onde música sinistra começasse a tocar no instante em que o vilão aparece na tela, de modo a não se poder confundi-lo com o mocinho. Onde o que lhe pedem é para escolher entre brincar com a linda princesa, no jardim perfumado, ou ser devorado pelo monstro horroroso, no fosso fedorento. Nada de muito difícil, entende? Nada que force a pessoa a se angustiar a respeito nem que lhe tire o sono a noite inteira. Ser uma vitima não é uma coisa lá muito boa, mas, que diabo, tira um bocado de confusão das coisas. Pelo menos você sabe que está certa. Ser adulta não é tudo o que você é levada a acreditar que seja. Nem mesmo levemente. Era tarde demais, agora, mas eu desejaria ter lido todas as cláusulas em letra miúda antes de fechar contrato com a vida adulta."
- Melancia
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