E então sorriu pra mim, um sorriso lento, sensual, uma espécie de sorriso de quem sabe das coisas, e juro a você que minhas entranhas viraram sorvete derretido. Você sabe, tudo assim meio quente, gelado e formigante e... ora... como se estivesse se dissolvendo ou algo parecido.
E muito tempo depois que a magia inicial já se desgastara e a maioria de nossas conversas era sobre política, tudo o que eu precisava fazer era lembrar daquele sorriso para me sentir exatamente como se tivesse acabado de me apaixonar outra vez.
É muito fácil prever o futuro, quando já aconteceu, se é que me entende. Eu sabia que olhava para o meu destino. Meu futuro. Apesar de toda a minha conversa sobre independência, eu era, de fato, do fundo do meu coração, uma pessoa muito romântica.
Tenho vergonha de contar-lhe que eu andava nas nuvens. E lamento mais ainda ter de lhe dizer que me sentia como se já o conhecesse há muito tempo. E vou agravar as coisas, contando ainda que achava que ninguém me entendia do mesmo jeito que ele. Também posso dizer que não sabia que era possível ser tão feliz. Não vou forçar a barra contando-lhe que ele me fazia sentir segura, inteligente e meiga. E, lamento, mas realmente devo-lhe dizer que achava que havia encontrado minha outra metade e agora eu era inteira, e prometo que vou parar por aqui."
- Melancia, de Marian Keyes.
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