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Entre sem bater.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Os doces

Existe uma frase da Fantástica Fábrica de Chocolate, dita pelo Willy Wonka, que eu acho excelente: "quando me sinto péssimo, os doces saem péssimos". E a nossa vida é exatamente assim: quando nos sentimos péssimos, tudo na nossa vida fica péssimo. Nosso cérebro tem o poder de controlar absolutamente tudo. É aí que entra o poder das palavras e da meditação. Colocar pra fora, de alguma forma, é evitar a repressão do sentimento. Tenho dois métodos pra aliviar os sentimentos ruins e extravasar as minhas angústias. Meu primeiro método é escrever. Já faz alguns anos que adotei esta prática. Escrevo tudo o que penso, um tipo de terapia psicanalítica comigo mesma. Sem divã, sem terapeuta. Apenas eu comigo mesma. Fluxo de consciência, sabe? Vou pondo pra fora. E costuma me curar. Além do mais, é interessante ler depois de um certo tempo e ver como os sentimentos vão mudando. Minha segunda técnica é a introversão. Um tipo de meditação. Em algum momento, paro no absoluto silêncio e escuro e conto pra mim mesma tudo o que estou sentindo e porquê. Me faço perguntas e reflito. Às vezes em voz alta mesmo. Chego a muitas conclusões. É um diálogo interno, às vezes silencioso, às vezes bem barulhento. Juntando estes dois "métodos", consigo me entender e me autoconhecer de um jeito incrível. Mais do que isso, consigo me curar. "A cura pela fala". Olha, Freud, parabéns. A cura pela fala funciona muito bem. Mesmo que o interlocutor seja você mesmo e isso pareça meio esquizofrênico, funciona e cura, sim. E quando me curo, me sinto ótima, e os doces saem ótimos.

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