"Eu ia escrever um texto sobre como te esqueci, e sobre como agora sou uma mulher poderosa, mas vamos lá... Quem eu quero enganar? Eu não te esqueci.
As pessoas gostam de se mostrar fortes, corações de pedra, são todos "Oi? Foi comigo? Mas eu não senti nada". Eu sinto. E sinto muito que nós não tenhamos dado certo. Eu errei, de verdade. Sei que não disse isso olhando no fundo dos seus olhos, mas é que nós dois sabemos que eu sou uma filha da puta orgulhosa. Nós dois também sabemos que você teria me desculpado se eu tivesse ao menos dito que sentia muito. Mas eu não disse, não vou dizer, e provavelmente você nunca vai saber.
Mulher poderosa aqui passa longe. Faz dias que não saio do meu quarto, meu cabelo está pra cima, e minhas olheiras parecem que finalmente já pertencem a mim. Eu poderia fingir que está tudo bem. Mas eu nunca consegui te enganar mesmo.
Eu queria dizer que eu te esqueci, mas quando as pessoas me perguntam sobre você eu apenas desconverso. Pergunto sobre o tempo. Falo sobre política. Quando a saudade aperta, abro alguma foto sua no celular e fico por alguns segundos admirando o seu sorriso ao meu lado. Tão leve, despreocupado, como se nada no mundo pudesse nos atrapalhar.
Todos os dias sinto que perco um pedaço de você. Começo a esquecer suas manias, o que você dizia, e até o seu cheiro já não parece mais vivo quanto antes. Subo as escadas da minha casa, e você fica nos degraus. Viajo para algum lugar novo, e te esqueço em casa. Sinto a dor que é te deixar ir. É como dizem, o tempo cura tudo.
Esse não é um texto sobre como eu te esqueci. Esse é um texto para gritar ao mundo que eu não te esqueci. E talvez nunca vá esquecer. Só que em algum momento isso vai deixar de doer... Porque a vida segue. Eu segui. Você seguiu. E assim... Foi.
E se foi amor, algum dia vai voltar a ser."
Isabella Freitas
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