"As equilibradas que me perdoem, mas maluquice é fundamental. Queremos mulheres à beira de um ataque de nervos. Mulheres que cantem bem alto o que querem e dancem sozinhas no meio da sala. Queremos mulheres que cuspam na nossa cara as inquietações, as vontades e não-vontades, a maluquice de sempre, porque mulher sem maluquice não é mulher, é um trofeu que você esquece no alto da estante. Mulher tem que ser doida de pedra. Mulher que não enlouquece, não embarga a voz, não lacrimeja porque o bolo queimou ou o esmalte borrou. Essa a gente prefere olhar de longe, desconfiado. Aí tem coisa muito errada. Mulher que não soluça em novela mexicana? Mulher madura, calma? Não, essa não. A gente ama é um dramalhão.
Se elas não saem do sério a gente não se sai bem no amor. A patricinha montada e sonsa nos cansam e a perfeita elegância das modelos longilínias e impecáveis nos entedia. Queremos unha quebrada, maquiagem borrada, grito assustado no meio da noite. Abraço com lágrimas de 'cuida-de-mim'. Queremos dizer 'não foi nada' quando elas ralarem a lanterna traseira do carro no pilar da garagem.
Quanto mais louca mais linda, mais apaixonante. Podemos até admirar mulheres equilibradas e constantes, mas o que nos deixa desnorteados, apaixonados, bobos mesmo, é a mulher maluca."
- Escrito por um homem qualquer
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