Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Adeus, carro amarelo

Eram pontualmente 6h30 da manhã quando, do modo mais inesperado possível, aquele carro amarelo apareceu bem ali. Bem ali na minha frente, uns quize metros separavam meu carro daquele, quinze metros separavam meu coração do dele. Um arrepio intenso correu pelo meu corpo, uma palpitação disparou na minha garganta, o mundo despencou por alguns segundos. Eu sei que já não existe amor há muito tempo, eu sei que tudo ocorreu do modo como deveria ser, mas havia mais de um ano que eu nao via aquele carro amarelo. Um carro amarelo que já me levou a tantos lugares, um carro amarelo que eu fui junto comprar, já dirigi tantas vezes, um carro que por um bom tempo teve a letra R colada no vidro traseiro. Um carro que já não faz parte da minha vida nem da minha realidade, bem como a pessoa que estava ali, escondida por aqueles vidros totalmente pretos. Por alguns segundos tive um mundo de sensações estranhas, a garganta secou, o coração disparou, as palavras sumiram, os pensamentos também, não sei explicar o turbilhão que se passou dentro de mim. Então, o carro amarelo virou para um lado, e o meu virou para o outro, me despertando para a realidade, me avisando que tudo que senti era normal, afinal, foram anos vivendo aquilo que acabou. Minha mente e meu corpo já não estavam adaptados a reviver em poucos segundos um passado tão longo e tão intenso. Respirei, me olhei no espelho e me lembrei de que agora eu já amo outro alguém. Apesar de aquele carro amarelo e quem estava nele estar pra sempre em algum lugar da minha memória e do meu coração, agora quem me preenche já é outra pessoa. E é muito, muito bom amar de novo, tendo a certeza de que o turbilhão que senti (apesar de ter me deixado péssima) me deu certeza de que fiz o certo e continuo no caminho certo. Me despeço do carro amarelo com um enjoo no estômago, um aperto no coração, mas com minha razão me confirmando que não há dúvidas de que está tudo bem.

sábado, 13 de agosto de 2016

Feliz Dia da Hipocrisia

"DIA DOS PAIS"
Dia de pais ausentes lembrarem que seus filhos existem, dia de filhos ausentes lembrarem que têm pai. Dia de almoços indesejados serem realizados só pra cumprir o protocolo, dia de entregar presentes comprados às pressas e sem carinho algum. Dia, também, de forçar o sorriso e postar foto com alguém que mal conversa só pra colocar a legenda de "melhor pai do mundo". Dia de fingir que a pensão, o carinho e o cuidado estão em dia e postar foto abraçado ao filho com a legenda "amo ser pai".
Ser um PAI e ter um PAI de verdade é compartilhar conquistas e derrrotas, é dar abraços sinceros sempre, é dizer "eu te amo" na cumplicidade do cotidiano. É proteção mútua, é compreensão, é gratidão. Todo o resto é pura imagem.
Me resta desejar um Feliz Dia dos Pais às mães que souberam fazer os dois papéis, um feliz Dia dos Pais àqueles que são PAIS de verdade e com P maiúsculo, um Feliz Dia dos Pais aos filhos que têm a sorte de ter ao seu lado um Grande Pai.
E, a todos os demais, desejo um Feliz Dia da Hipocrisia.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Último romance

"Eu te encontrei quando não quis mais procurar o meu amor. E quanto levou pra eu merecer? Antes um mês? Eu já não sei...
E até quem me vê lendo o jornal, na fila do pão, sabe que eu te encontrei.
E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim... Do nosso amor a gente é que sabe, pequeno.
Ah, vai, me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar.  Eu te encontrei e quis duvidar: 'tanto clichê, deve não ser'... Você me falou pra eu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor. E só de te ver, eu penso num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira, e ir aonde o vento for, que pra nós dois, sair de casa já é se aventurar.
Ah, vai, me diz o que é o sossego, que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar. E, se o tempo for te levar, eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar..."

- Los Hermanos

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

E eu que pensava que não ia me apaixonar...

Quem olha de fora pode apontar o dedo na minha cara e apontar milhares de erros. São coisas que, talvez, eu mesma diria para aconselhar alguém. Que eu estou me entregando rápido demais, que não se pode ser assim, que pessoas só gostam do que não têm, que amor é algo que se costrói e blá blá blá. Quem olha de fora pode derramar páginas e páginas de teorias que comprovam que estou agindo totalmente errado. Os livros de auto-ajuda ficariam desesperados, pois estou fazendo tudo ao contrário. Tudo. Tudinho. Eu que tomei a iniciativa, todas elas, me entreguei ridiculamente fácil, respondo mensagem no mesmo segundo, corro atrás, mando uma música diferente por dia. Tenho até foto romântica do primeiro encontro. As teorias do amor diriam que não há chance alguma de isso dar certo e, obviamente, a culpa será toda minha. Bom, é um risco que eu assumi correr, e sabe por quê? Porque não existe uma fórmula do amor, não existe um passo-a-passo de como se relacionar, nós não escolhemos nossos sentimentos, e cada um sente de uma forma diferente. O que funciona para um não funciona para outro, o que põe abaixo todas as teorias. A questão é que só amei uma única vez na vida. Valeu a pena? Claro que valeu. Cresci, aprendi, foram mil dias de experiência que precisavam fazer parte da minha vida. Foi uma linda história que teve um começo, um meio e um fim. Depois disso ninguém parecia ser suficiente pra me encantar, e eu me viciei em iludir pessoas, colecionar contatos que me mandavam mensagens o dia todo, às vezes encontrava com um ou com outro só por distração. Todos eles tinham muitos defeitos que nem existiam, mas eu inventava. Não conseguia me sentir preenchida, mesmo com vinte novas mensagens diferentes no celular, faltava sem vontade pra responder todas elas. Cheguei a achar que eu já não era mais capaz de gostar de verdade de alguém. Cheguei a acreditar que meu coração já não conseguiria se sentir preenchido na presença de alguém. E então, do nada, ele aparece na minha vida e me faz sentir umas borboletinhas no estômago que eu não sentia há anos. Ele entra na minha vida, sem pedir licença, me faz dormir sorrindo, faz todas as músicas fazerem sentido, me faz pensar no cheiro dele o dia todo, todos os dias. E aí eu ainda tenho que guardar esse sentimento e ir mais devagar? É isso? Que me perdoem os teóricos, mas se eu me apaixonei por uma pessoa tão perfeita, eu não estou nem aí para as regras. Apontem quantos dedos quiserem, vocês podem até ter razão, mas no momento eu vou me arriscar. E se amanhã não for nada disso? Caberá só a mim esquecer...

domingo, 7 de agosto de 2016

Menina

Menina, nunca, jamais, sob hipótese alguma, se envolva em um relacionamento com alguém que te ofereça menos do que você merece. E sabe quanto e o que você merece? Nada mais nada menos do que aquilo que acredita merecer. Pois é. O que você acha que merece é o que merece, de fato. Quanto mais você se valoriza, mais valorizada será. E não invente desculpas pra tentar justificar um amor mais ou menos. Quando você aceita ser tratada de modo mais ou menos, é porque você se considera uma pessoa mais ou menos. E acredite em mim: você não é. Você é incrível. Só não demora muito pra perceber, tá? Enxerga logo o quanto é linda por dentro e por fora, e só aceita na sua vida e no seu coração alguém que te ofereça a cada segundo aquilo que você fielmente acredita que merece.

Meu click começa com M

No último ano, conheci uns vinte caras bonitos, uns outros quinze que me entendiam muito bem, uns dez caras legais que estavam dispostos a cuidar de mim, conheci uns outros tantos inteligentes, alguns engraçados... Mas nenhum deles me encantou. Por quê? Faltava o click. Aquele jeito especial que ninguém explica. O jeito de mexer no meu cabelo, a forma de me olhar, o tom de voz que conversa comigo, o cheiro, o toque. Entre tantos milhares, foi ele que me despertou o click: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, é com ele eu quero me enrolar embaixo de cobertores e não sair nunca mais, é com ele que eu quero dividir todos meus segredos. Baseado em que? Em um jeito inexplicável ao resto do mundo. Mas eu entendo. E ele também.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O que é ter um irmão mais novo

Ter um irmão mais novo é ganhar de presente da vida uma semente. Uma semente que vai brotar e crescer junto com você.  É tornar-se para sempre um segundo pai e uma segunda mãe, com um toque de amizade pura, zelosa e sincera. É guardar segredo, é discutir, é separar e sempre voltar o mais rápido possível. Ganhar um irmão mais novo não é escolher, é ser escolhido. É ser presenteado com uma vida. É um elo inquebrável, uma conexão que vai muito além do laço de sangue. É sentir as mesmas dores, rir pelos mesmos motivos, superar as mesmas tempestades e comemorar junto o retorno do sol.  É compartilhar o choro pelas perdas, é compartilhar o sorriso com as conquistas. É amar com a alma. É o bater do próprio coração em um outro peito. É ter a cumplicidade em um simples olhar, no silêncio compartilhado. Mesmo que com sonhos e destinos diferentes, ter um irmão mais novo é ter a certeza de que você terá alguém ao seu lado pro que der e vier, pro resto da vida.

Família, lugar de perdão


"Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Temos queixas uns dos outros. Decepcionamos uns aos outros. Por isso, não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas.
Sem perdão a família adoece. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração. Quem não perdoa não tem paz na alma. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente.
É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa causou doença."

Papa Francisco

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Sonhar sorrindo

E então, naquele dia 02 de agosto eu fui dormir sorrindo. Como não acontecia há sei lá quanto tempo. A sensação era estranha. A leveza era tanta que o corpo parecia flutuar, a mente estava parada naquele momento 3 horas atrás, e o coração estava a exatos dez km de distância. Eram tantas letras de música tocando ao mesmo tempo que só o que eu consegui fazer foi fechar os olhos e ver aquele rosto perfeito bem na minha frente. Foi assim que dormi. E há quem diga que, naquela noite, eu sonhei sorrindo. Alguém duvida?