Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Nem sempre quem não te procura não sente a tua falta. Estava aqui pensando sobre isso e cheguei à conclusão de que eu já quis ficar com alguém, já senti falta de alguém, mas preferi não procurar, pelo simples fato de não saber se essa pessoa me queria ali, por não enxergar motivos pra ficar, por não ter certeza de absolutamente nada. Às vezes, por mais que a gente sinta saudade e tenha muita vontade de estar com aquela pessoa, se não existe reciprocidade, não vale a pena insistir, não vale a pena procurar.
Às vezes as pessoas só estão com medo de demonstrar. Medo de mandar uma mensagem e ser ignorado. Medo de deixar o orgulho e a vaidade de lado pra dizer: “tô com saudade”, e no final das contas a saudade não ser recíproca. Às vezes é só medo. Medo de ligar e ser rejeitado, de falar e não ter a certeza se vai fazer alguma diferença pro outro, ou pior, medo de receber agressividade de volta.
Eu já senti saudade de alguém em um nível tão absurdo que não conseguia fazer as minhas coisas direito, não conseguia focar nos estudos, em meus projetos ou seguir a minha vida tranquilamente, porque a saudade não saía da porta e batia, batia incessantemente, e doía, como doía. Mas ainda assim, eu não procurei. Não procurei porque eu sabia que ela estava bem sem mim, ou fingia que estava, porque talvez a minha ausência não estivesse doendo tanto nela quanto a ausência dela doía em mim.
Eu já senti falta de alguém que eu gostava muito, de alguém que eu queria muito que ficasse na minha vida.
Eu já perdi o sono por alguém que eu queria muito que estivesse comigo, já tive vontade de deixar o orgulho de lado, mandar uma mensagem ou ligar pra dizer: ”preciso te ver”, mas por perceber que, talvez, dizer o que eu sentia não significasse nada para o outro, eu me calei.
Eu já fui aquela pessoa que abria o chat, escrevia, escrevia mas não tinha coragem de enviar nada. Já fui aquela pessoa que visitava o perfil do outro só pra ver se tinha algum sinal pra tentar de alguma forma diminuir a saudade. Já fui aquela pessoa que ficava ensaiando o que dizer se encontrasse o outro por aí. Que, muitas vezes, teve que controlar a ansiedade pra não procurar alguém que tinha fugido de mim.
Já fui aquela pessoa que pensou em gritar pro mundo todo ouvir que eu sentia falta, mas tive que escolher engolir a saudade no seco e entender que saudade quando não é recíproca a gente simplesmente finge que não sente, um dia a gente se acostuma e ela vai embora.
Às vezes o outro não procura porque está esperando você procurar primeiro. É infantil, eu sei. Mas pensa no medo que dá correr atrás de alguém que não dá a mínima por você? Às vezes as pessoas sentem uma falta enorme, mas não procuram porque sabem que procurar, talvez, não faça diferença alguma, talvez o outro nem se importe, talvez até piore as coisas.
Eu já senti falta de alguém mas não procurei, me virei pra organizar sozinho toda a confusão que aquela saudade causava. Chorava escondido, mas não procurava. E assim fui levando, até onde a vida achar que devia. E ela ainda não tomou decisão alguma a esse respeito.

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