Sabe de uma coisa? Aprendi a ser hospitaleira com a dor. Já que ela veio sem pedir permissão e resolveu se instalar aqui, o jeito é tratá-la bem. Quando ela apareceu, eu tentei segurar a porta por dentro pra que ela não entrasse, empurrei móveis pesados atrás da porta pra tentar impedi-la. Não funcionou, ela entrou com tudo, meteu o pé na porta e, de uma só vez, ela entrou. Aí tentei expulsá-la. Tentei de todos os jeitos colocá-la pra fora daqui. Gritei com ela, esbravejei, me revoltei. Nada adiantou. Puxei-a pelo braço, empurrei-a pelas costas, mas ela era tão mais forte do que eu! Depois te todos os meus esforços em vão, me ocorreu uma ideia estranha. Pensei em tratar a dor com amor. Com carinho. Ouvir tudo aquilo que ela tinha pra me dizer: e quanta coisa ela me disse! E aí eu percebi o quanto a vinda da dor era necessária exatamente no momento em que ela apareceu. E não havia outro modo de eu descobrir tudo o que eu precisava saber, a não ser pela dor. E por que me revoltar, se ela só quer me ensinar, me despertar, me modificar? A zona de conforto é uma delícia pra se caminhar, não tem um único espinho onde se possa pisar, mas é, também, onde nada floresce. Na zona de conforto não há uma única flor. E pra quem quer flores, a dor é uma ótima semente. A dor te faz andar por um caminho inicialmente cheio de espinhos, mas também repleto de flores, logo ali na frente. Já é assim, se são flores que eu quero, por que não tratar a dor com amor?
Let's travel?
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
"Tratando a dor com amor"
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