A hora é de seguir em frente. Valeu a pena? Possivelmente. Mais uma vez, acabou mal. Claro que acabou. Que importa? A dor me faz sentir viva. Talvez isso seja meio masoquista, mas sentir o aperto no peito me faz perceber que ainda existem sentimentos em mim. O tempo passou e foi levando cada pedacinho. Eu e você sempre foi um caso de dupla-solidão. Era nítido que não ia dar. E quem mais sabia disso era eu. Quem não fez o menor esforço fui eu. Quem deixou você partir fui eu. Não foram os momentos mais felizes que vivi... mas foram bons, foram memoráveis, que seja. Foi mais uma história para eu guardar. E irei. Dá um aperto, que não consigo descobrir se é a dor da perda ou o orgulho ferido. Não faz muita diferença agora. Nunca fomos os mais apaixonados, quem nos via nunca pensou que existisse qualquer tipo de conexão entre nós. Os olhos nunca brilharam, as borboletas nunca nasceram dentro do estômago. Foi só uma pequena loucura. Uma loucura que eu nunca enxerguei motivos para que continuasse. Foi só uma soma de duas meras necessidades humanas coincidentes. Noventa dias que tive em quem pensar. Só isso. Nada além disso. Passou. Foi. Doeu. Uma dor gostosa de se sentir. Uma dor engraçada. Uma dor de quem perdeu o que nunca teve, uma dor de quem perdeu o que tinha mas não queria ter. A dor de uma criança que abandona um mau-hábito. A dor de quem pega um diploma, e sente falta das aulas torturantes. Os sentimentos humanos são tão curiosos... Acabou. Eu só preciso entender e aceitar a ideia. Um tanto surpreendente, um tanto chocante, mas acabou, simples assim. Acabou.
R.L.A.
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