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Entre sem bater.

sábado, 24 de novembro de 2012

não tenha medo da tristeza

Não tenha medo da tristeza. Ela é tão linda, azul e profunda. É o mais digno dos sentimentos, o mais capaz de borbulhar por dentro do peito, às vezes borbulha tanto que até transborda pelos olhos! Não tema, não tema jamais, nunca tenha medo da linda tristeza. Só tenha um pouco de cuidado, porque ela pode ser altamente viciante. Nunca se preocupe enquanto estiver feliz, triste, decepcionado, desesperado, apaixonado. Qualquer coisa que ainda se mova dentro de você, que faça você ter certeza de que ainda está vivo, qualquer coisa dessas é sempre muito bem-vinda. Seja a dor ou o riso, seja a lágrima ou o grito. Tudo que se mover dentro de você não é motivo para ser temido. Tenha medo da ausência dos sentimentos. É, a morte da esperança! Quando a esperança morre, já não há qualquer outro sentimento vivo. Ela é a última a morrer. Tenha muito medo de isso acontecer, esse negócio de a esperança morrer. O que acontece é que fica um vazio tão enorme por dentro que você sente ser um corpo oco. Se você toma um gole de água, ele cai no vazio, ecoa em um espaço de um metro e pouco, ou quase dois. Seu nome passa a ser indiferença. Já não importa se está calor ou frio, sol ou chuva, se você é gordo ou magro, bonito ou feio. Seu rosto já não tem mais expressão, seu estômago já não sente fome, seus lábios não secam de sede. Você passa a sobreviver. E cada segundo é uma luta enorme, parece durar uma eternidade, você torce para que o relógio corra para a hora de você dormir e reza para que a hora de acordar não chegue. Sua alma está estatelada em algum minuto do tempo passado, seu desejo é que seu corpo tivesse se perdido junto com ela, mas não, seu corpo está aqui te perseguindo na sua vontade de reencontrar sua alma. Mas a alma morreu junto com a esperança. E se a esperança renasce? Eu não sei, mas se a minha renascer, eu te conto.

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