Let's travel?

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Entre sem bater.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

3h da manhã, dominada pela dor de você

 Será que seria melhor eu nunca ter te conhecido? Talvez eu não estivesse 3h da manhã com essa dor… Com esse enjoo… Com tudo isso acontecendo. Existem recomeços? Existem recomeços com as pessoas que já amamos? Ou será que só traria mais dor? Ou mais história pra sofrer? São tantas perguntas na minha cabeça. Perguntas que só o tempo irá responder… talvez nem ele.

Você se orgulha de quem é hoje?

 Várias vezes já me perguntei isso. Se eu me orgulho de quem sou. Antes eram duas respostas… como profissional? Com certeza! Como pessoa? Talvez… hoje, parei pra pensar nessa mesma pergunta. Como profissional, continuo me orgulhando, talvez até muito mais do que antes. Como pessoa? Hoje consigo me orgulhar. Hoje me vejo íntegra, hoje nenhuma mentira fica pra trás. Foi do jeito mais dolorido, mas finalmente consigo me libertar de toda e qualquer mentira que me assombrava. Consigo ser livre. Livre para ser feliz. Não do jeito que eu gostaria, não com a pessoa que eu amo. Mas agora fico livre daquilo que não me permitia poder de fato viver a felicidade, com transparência, com leveza. 

Aquela dor insuportável bem no centrinho da barriga

 Mais um que não dá certo. Ou talvez menos um? Não dá pra saber. “Fui só mais uma”, foi o que eu ouvi. Mas sei que não foi assim. Porque pra mim não foi. Você não foi só mais um. Foi o único com aquela química inexplicável e surreal. O único que me mostrou que eu poderia ser muito mais mulher, em vários aspectos - e isso eu queria poder ser pra você, como estava conseguindo ser, mas não poderei mais. Não poderei mais deitar com vc em um sofá apertadinho pra ficarmos agarrados vendo filme, até eu decidir que queria cortar suas unhas e tirar cada uma daquelas pelinhas que ficam pra fora. Até resolver que queria fazer uma limpeza de pele completa em você. Que engraçado (de engraçado não tem nada, e sim é muito triste), eu não fazia ideia de que seria a última vez que aconteceria cada uma daquelas coisas. Por causa de uma mensagem que eu não me dei ao trabalho de responder, somada a coisinhas aqui e ali, fiz tudo acabar, fiz tudo descer pelo ralo. O último “creccrec” com franguinho, o último oi pro cachorro, o último “abre aqui pra mim que eu cheguei”. Foram últimos tudo. A dor tá me invadindo de uma forma que não consigo digerir ou respirar. Dessa vez sinto que é real. Sinto a decisão, sinto o desamor. Acabou. É diferente te de todas as dores que eu já senti. Dessa vez eu me importo. Dessa vez eu me importava com cada detalhe do seu bem-estar. Queria saber de tudo, queria saber de cada espinhazinha das suas costas, se você tinha comido, se vc estava se sentindo bem, se tinha dormido. Não tem mais o recarregar nossas baterias por contato físico, com nossa playlist favorita tocando e uma luzinha meio azul no ambiente. Foi tudo a última vez de cada uma das nossas pequenas rotinas, tão nossas. E tudo acabou como se nunca nem tivesse existido. Meu corpo não quer  levantar dessa cama, não faz sentido pra ele sair nesse frio pra trabalhar sabendo que não tenho mais você, sabendo que nunca mais deitarei debaixo daquela sua coberta quentinha, vestindo sua calça preta de moletom, ouvindo um “da beijinho” antes de dormirmos. Minha mente ainda não quer aceitar nada disso. Mas ela vai ter que acostumar. Vai ter que criar coragem e tirar sua foto do WhatsApp e entender que você foi uma página que acabou de ser virada. Na verdade, talvez arrancada. E dói demais. Principalmente por saber que o erro pode ter sido em omitir uma situação de alguém sem noção em vez de te mostrar, mas o medo falou mais alto e pra evitar algo, acabei causando algo maior - novamente. Aliás, algo absurdamente maior. Algo que mais me parece um abismo sem fundo, sem fim. Me resta pedir perdão a Deus por ter te machucado, mesmo sem querer, principalmente dessa vez. Pedir a Deus me dar forças e entendimento pra superar você, se é que isso vai ser possível, pois mesmo depois de 1 ano e 4 meses grudados eu ainda ame surpreendia com o quanto eu te amava, com o quanto ainda era apaixonada por você como se fosse o primeiro dia, com o quanto te achava lindo e te enchia o saco reiterando essa informação. 

Quero que você seja feliz, pois é algo que eu não consegui fazer. E quero que eu seja feliz também. 

Te amo muito.

Segue essa carta a jamais ser entregue.