Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

domingo, 23 de maio de 2010

O que me falta (?)

Às vezes, eu acho que esse negócio de ficar escrevendo é coisa de gente mal-resolvida, com baixo auto-conhecimento... (não que eu conheça algum ser humano bem-resolvido que se conheça por completo). Ou, talvez, quem não escreva, nem leia, seja quem esqueça de pensar na vida e em si próprio. O que é mais vantajoso, ainda não descobri. Talvez a ignorância nos deixe cegos e, assim, felizes. Uma felicidade hipócrita e superficial, mas que não deixa de ser uma felicidade, um bem-estar. Eu, particularmente, já desisti dessa tal “felicidade”. Não que eu seja depressiva ou pessimista, apenas enxergo que esse substantivo abstrato é tão abstrato a ponto de não existir. Sempre vai faltar... me falta um amor que preencha meus espaços vazios, me faltam borboletas no estômago, me falta paciência. Me sobram desânimo, irritação, me sobra falta. Pode até ser que a perfeição seja enfadonha... Em todo caso, confesso que eu adoraria passar um dia do jeito que eu sempre quis. Pudesse mudar tudo o que me incomoda, escolher meus sentimentos e, assim, viver um dia inteirinho. Sendo bonita, rica, amada. Me falta dividir meus sentimentos com alguém de carne e osso, alguém que faça tudo por mim, alguém que me ature - libriana, cabeça-dura, com personalidade de pedra - e sinta prazer nisso. Alguém que me ouça e me conte o dia, alguém que me beije na testa e me pegue pela mão. Alguém que me pergunte onde quero ir, que sinta ciúme e elogie minhas roupas. Alguém que me surpreenda, me pegue no colo, me prometa o eterno e o infinito. Alguém que leia as bobagens que eu escrevo e minta que gostou, alguém que me pergunte o que estou aprendendo na faculdade e finja interesse quando eu começar a tagarelar termos técnicos. Alguém que me engane, me fazendo alegre, importante, especial, inocente, menina. Alguém que me dê presentes, breves recados melosos, me mostre para todos como sendo “ELA”. Alguém que me chame de amor, me ligue para nada e, de repente, suma para eu sentir saudades e perceber que agora, só me resta um vazio a ser preenchido por esse alguém... alguém, você. Seu você em mim, meu eu em você, nosso nós em nós e no mundo, para nós e para o mundo.


R.L.A.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Bob Marley

"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível.
Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo e são poucas as pessoas pra quem eu me explico."

Bob Marley

Mais amor, menos descaso.

Uma hora a gente simplesmente pára. É como se alguém apertasse um botão em nossas costas e isso nos desse o poder de arbitrarmos nossas próprias vidas. Olhamos ao redor e nos deparamos com um mundo no piloto-automático, pessoas, corpos sem alma, realizando diariamente as mesmas tarefas, nos mesmos horários, nos mesmos lugares. Para que ou por que fazem, ah, isso nem elas mesmas sabem. Apenas fazem... são pessoas automatizadas a ponto de checar as horas no pulso mesmo quando estão sem o relógio. Bom, é muito mais cômodo fazer algo de que não se gosta, por mais esforço que fazê-lo exija, do que pensar, refletir, questionar, procurar meios para possíveis mudanças. A vida humana foi se tornando um ciclo vicioso aparentemente irreversível. A sensibilidade, aos poucos, foi se lançando ao espaço - quem tem tempo, hoje, para se sensibilizar com a morte, que dirá com a vida? - Morte, vida, tempo... palavras tão comuns! Afinal, o que são mil pessoas morrendo em outro continente, outro bairro que seja, o que é uma flor desabrochando, um sol nascendo, um reflexo da lua no mar? O que são cinco minutos? Os propósitos e os valores se dissolveram como sal de iodo em água doce. As noções de gentileza, honestidade, equilíbrio, justiça e igualdade hoje pareces ridículas. Melhor nem comentar sobre RESPEITO... Como exigir respeito aos demais quando nem por si próprio há? Enquanto comuns deviam ser as ideias de homossexualidade ou diferença de idade e raça, o que há é uma total inversão de conceitos e pré-conceitos. Mas é tanto esforço sorrir, abraçar, emprestar palavras de conforto e carinho... tão mais fácil gritar, xingar, bater e falar mal! Tão mais fácil desejar o mal! Se pra eu estar bem você tem de estar mal, então te quero muito, muito mal... MEDÍOCRE RAÇA HUMANA!
Seria tão bom se o botão nas costas de cada um fosse apertado tão cedo ao nascer... talvez houvesse mais amor, menos descaso.

R.L.A.

Revolta.

Nem tudo o que lemos é verdade, nem tudo o que vemos corresponde à realidade, nem tudo o que ouvimos ressalta os detalhes fatídicos. Vivemos, ouvimos, vemos e lemos o que dizem ser verossímio, real, fato. Mas em que exatamente é baseada essa estranha realidade? Ideias distintas rondam mentes distintas em mundos internos (totalmente) distintos. Como se nossas verdades fossem mentiras para um mundo onde já foi dado o veredicto de ideais sem fundamento. A massa luta junta para conseguir sabe-se lá o que, sabe-se lá para que. Lutam por direitos políticos ridículos, prejudicam aqueles que nada têm a ver com a história só e somente pelo prazer de fazer revoluções medíocres e sem cabimento algum. Ao inferno todos esses esquerdistas que não tem mais o que fazer!



R.L.A.
texto escrito durante os 5 minutos de aula perdidos para meia dúzia de comunistazinhos falarem merda tentando nos convencer de absurdos.

domingo, 16 de maio de 2010

Gostaria, gostar ia, ia gostar.

Gostaria de viver em um mundo onde eu pudesse parar o tempo, atrasar e adiantar o relógio e ter o poder de me teletransportar. Um mundo onde as pessoas fossem educadas, em que comer não engordasse e ninguém maltratasse os animais. Onde os ônibus não fossem lotados, sempre houvesse vaga para o carro e gasolina fosse infinita e gratuita. Onde todos soubessem o significado e a importância da palavra respeito, onde crianças fossem inocentes e não existisse a homofobia. Um mundo onde não existissem doenças, fome e não houvesse gravidez indesejada. Onde dinheiro fosse uma solução, e não um problema. Onde pudéssemos deletar da memória o que quiséssemos, mandássemos em nossos corações e pudéssemos controlar nossos sentimentos. Gostaria de ter conhecimento pleno sobre todos os assuntos que considero interessantes, de ter lido todos os livros que já quis ler, conhecer todos os lugares onde já desejei estar. Gostaria de poder dizer tudo o que já tive vontade de dizer, de poder desfazer o que me arrependi de ter feito, de poder ter do meu lado todos os que eu admiro e gosto. Aliás... gostaria de gostar e admirar todos com quem já tive algum tipo de contato, é uma pena haver almas tão pequenas nesse enorme mundo de Rafaela.

R.L.A.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

BUSCA - Cora Coralina

"Tenho encontrado muitas pessoas, porém não encontro gente...
Há um vazio dentro de cada um, um processo de fechamento em sentimentos.
Encontro sorrisos, porém daqueles que expõem apenas os dentes, mas não a alma.
Encontro verdadeiras tocaias, e não corações.
Reservas insistentes da solidão.

Tenho encontrado pessoas medrosas, indecisas, escondendo-se de si mesmas.
Pessoas que dizem: "Não sei... Não sei se quero... Não sei se posso..."
Quando sabem exatamente o que querem e o que buscam, e não se arriscam ao menor impulso.
Pessoas duras, escuras, impossibilitadas de amar.
Estas, cansei de encontrar...

Busco por gente que empreste o ombro, que não tenha medo de dizer que levou um tombo.
Busco por gente que assuma que amar traz sofrer, e, com esta certeza, não venham a se esconder.
Busco por gente que tenha a experiência de sobrevivente de guerra.

Busco por gente, que de tanto caminhar, não tenha receio de dizer que seus pés ainda têm muito por machucar.
Quero gente de coragem para comigo conversar.

Gente que saiba que máscaras não dão mais para usar, e sendo seu perfil interno, branco ou preto, tenha a dignidade de revelar.

Busco por gente que chore livremente, sem preconceitos pelas lágrimas derramadas.
Quero gente que saiba exatamente para onde está indo e o que deseja encontrar, mesmo que esta busca jamais venha alcançar.

Busco por gente,"Seres Humanos", que saibam se doar, estes eu anseio por encontrar.
Gente que saiba até ferir se precisar, mas que seja valente em seu ato para não mais enganar, a quem quer que seja, e a si próprio.
Gente de decisão, sem argumento para esconder, escusas ações.
Quero gente que é gente, que mostra a cara, vai à luta e dorme contente.
É desta gente que eu preciso!
Gente liberta, que me dêem um canto em seu colo e saibam me acariciar, sem tempo, sem hora e em qualquer lugar."