Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Do you?

I never knew the meaning
Of the word "love"
But I think I love you.

Searching around
I could realise
That you are my cup of tea.

Messing around
I could figure out
That there's no one else
Who smells the way you do
Who knows me the way you do.

Your arms, warm arms.
Your eyes, bright eyes.
I suppose I'm yours
And you may be mine as well.

Come here.
Let's allow ourselves.
Let's travel to everywhere, or to anywhere.

I'm so glad that I can
Lie down in your knees.
I'm so happy to know
That you are my cherry pie.

Now look into my eye
And tell me the truth
Do you love me too?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Talvez seja isso.

Escrever sobre o amor. Sobre o meu amor. Tão inspirador. Tão perfeito. Tão bonito. Tenho tanto a dizer. Nossas vidas se tornam mais coloridas quando permitimos a nós mesmos sentir o que há de bom. Quando deixamos o que há de bom entrar em nossas mentes e nossos corações. “Quem disse que cinco mais cinco são dez, se um mais um pode ser um, contanto que sejamos só metade?” Você é a minha parte que faltava. Não é engano. Não é uma paixonite adolescente que no fim sempre dá errado. Sinto tão real, tão perto, tão concreto. Ridículo falar que é diferente. Mas é. E nunca havia sido, porque eu sempre havia procurado nos lugares errados. Agora é agora. Agora é você. Agora somos nós. Nós contra o mundo, nós contra nós mesmos. “Isso não podia ter acontecido, não agora.” Claro que podia. Podia e devia. Estávamos vazios. Sobrevivendo. Em preto e branco. No gelo da neve de nossos corações por tantas vezes partidos. O destino havia preparado algo para nós. Algo que jamais poderíamos imaginar. Passamos por experiências boas, ruins. Somamos tristezas, alegrias, prazeres e dores em nós, até estarmos no ponto exato para, por fim, nos encontrarmos e pertencermos um ao outro. Precisando um do outro em um sentido positivo. De completude. Dois opostos. Opostos complementares. E aquele dia comum traria um novo começo. Uma sexta-feira qualquer, a sexta-feira que mudaria tudo. Quem deu o primeiro passo fui eu. E o que era pra ser uma pirraça, uma brincadeira, um flerte qualquer, se transformou em algo tão inesperado. E tão grande. Hoje é com você que eu quero estar. É nos seus braços que eu encontro minha proteção. Nas suas palavras que encontro meu conforto. No seu olhar que encontro tudo o que sempre procurei. E é no seu sorriso que eu encontro o amor. Eu, que nunca soube o significado da palavra amor. Palavra que pensei estar tão-somente nas páginas dos dicionários, assim como a palavra felicidade. E foi você quem me mostrou o real significado das duas palavras de uma só vez. Eu não temo mais. “Nunca mais serei aquela que se fez seca, vendo a vida passar pela janela”. Hoje me entrego a você. Hoje sou sua. Confio, acredito, espero. “E não importa onde eu esteja, é com você que eu queria estar”. Sou tão grata e contente por ter te encontrado. “E o que é estar em paz, pra ser minha, e assim ser sua.” Talvez seja isso, o amor.

R.L.A.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Borboletas.

E quando o ar faltava,
quando a vida afogava,
quando os olhos já não abriam,
e os passos já não seguiam,
quando tudo obscuro se tornava,
e a beleza já não se ressaltava,
quando o sal a vida desidratava,
o sorriso já não brilhava,
quando o tempo já não dava conta,
e quando tudo parecia chegar à ponta,
quando parecia ser o fim,
e já não havia esperança em mim,

uma borboleta colorida pousou no meu ombro.

R.L.A.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O desconhecido.

Me perguntei em qual esquina havia abandonado minha alma. Em qual beco havia esquecido minha mente. Em qual oceano havia atirado meu coração. Carrego um corpo. Oco, vazio. Ecos internos. Onde vim parar? Quem me trouxe aqui? Minha vontade foi de lamber cada parede daquela casa, o único ambiente que ainda me parecia familiar. O único lugar onde eu ainda me reconhecia. Eu não me sentia mais eu. Não conseguia mais enxergar meu reflexo nos espelhos que encontrava pelo caminho. A vida em si passou a me soar estranha. Aquilo não me pertencia. Aquela realidade não era a minha, não podia ser minha! Que sensação horrível. A indiferença me matava por dentro dia após dia. E o tempo passava, se esvaía, me escorria por entre os dedos como finos grãos de areia. Saudade e ausência eram os únicos sentimentos discerníveis. Aquela vivacidade pelo ralo escorreu. Essa, não, essa não pode ser eu.


R.L.A.

Massacre.

Era uma tempestade.
Uma ventania.
Não havia mais vontade.

Por dentro, relampejo.
Por fora, falsa calmaria.
Era falta do seu beijo.

Era falta do sossego.
Da certeza.
Da pureza.

Sôfrego. Pródigo. Trôpego.
Tenebroso. Asqueroso. Gostoso.

E crescia, e dominava, e preenchia.
Até que, até que, até que..

Nada, simplesmente nada,
enquanto um par de olhos
me observava.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Até quando...

A vida como um caracol. Como um espiral. Um pirulito psicodélico. Sem começo. Sem fim. Afunilamento. Peneira. Ralo. O que importa? De onde tudo vem, para onde tudo vai? A água que seca e retorna em forma de chuva. O espírito que morre e reencarna. A dor que cicatriza. O prazer que sempre há de acabar. O suor a escorrer, a lágrima a brotar, o sorriso a disfarçar. E seca, e some, e morre. E ofusca, e apaga, e mingua. As estações do ano, as fases da lua. O eterno ciclo previsível dessa estranheza universal. Até quando... até quando?

domingo, 22 de maio de 2011

A pergunta fatal, Gulliver e Dunga.

Pela primeira vez, perguntaram-me porquê eu havia decidido seguir a carreira das humanas, "porquê ser professora". Eu sempre soube a resposta, mas nunca a havia elaborado para mim mesma. Ainda bem que as palavras existem. Decidi porque quero ensinar! – ah vá. Mas quero. De verdade. Não quero ensinar como conjugar o verbo to be ou ensinar o que é uma Oração Subordinada Substantiva Adverbial. Quero ensinar aquilo que ninguém me ensinou. Já tive professores de todos os tipos. Desde aqueles que davam cor às minhas quartas-feiras até aqueles que me faziam contar regressivamente os minutos para o soar do sinal de fim da aula. Desde aqueles que disseram algo que ecoa em minha mente até hoje até aqueles cujos nomes ainda me causam arrepios. Também tive outros tipos de professores. Pais, avós, irmão, cachorro. Amigos, inimigos. Amores mal-resolvidos, abraços com lágrimas, cartas jamais entregues, joelhos ralados. Todos professores. O tempo, ah!, o tempo, o maior de todos os professores. O eterno aprendizado de quem se permite ensinar. Algumas coisas simplesmente existem, outras simplesmente acontecem, outras são além e vão mais além. Meu desejo é compartilhar. Pontos de vista, experiências, argumentações. Gostos, opiniões. Não quero verdades absolutas, informações fechadas. Quero contradições, quero polissemia, quero debates! Sim. Cada um interpreta um fato de acordo com o que possui dentro de si. Há aqueles que não interpretam nada, porque não possuem nada dentro de si. Uma pena! Mas há aqueles que sempre estarão dispostos a expor o que pensam e sentem. Dispostos a considerar o que os outros pensam e sentem, de modo a ouvir, assimilar e, assim, crescer mais e mais. A ignorância está aí, à disposição de quem quiser agarrá-la, e garanto que é um meio fácil de se viver. Aliás, o meio MAIS fácil de se viver. E também o mais miserável. E medíocre. E vazio. Tudo vai depender da ambição individual de cada um. Pensar e debater, mesmo que consigo mesmo, é desgastante, exaustivo, doloroso e difícil. Mas tudo o que machuca traz aprendizado e, consequentemente, crescimento. E enquanto existem os que querem ser Gulliver, existem os que se contentam em ser Dunga. E você? Quer ser gigante ou se contenta em ser anão?

R.L.A.

Amor, humor.

"Não entendo às vezes esse papo de: encontrei minha metade da laranja, a tampa da minha panela, my missing puzzle piece. Admito que gosto de ser do contra, mas nessa questão é pura incompreensão mesmo. As pessoas sempre acreditam que não são suficientes ou boas o bastante para serem plenamente felizes sozinhas. Algumas recorrem às devoções platônicas a ícones da mídia, outras à religião e, 99% dos casos, recorre ao amor. Melhor dizendo, ao relacionamento. Essa necessidade infundada de dependência dos seres humanos quase me irrita. Amar não é depender, apoiar ou sinônimo de felicidade duradoura e perfeita. Imagine então transferir tudo isso, que por si só já não é real, para uma outra pessoa. Detalhe, uma pessoa que é um ser plausível de erro. Não dá certo. Vejo que o amor traz sensações que sozinhos não conseguimos ter. Contudo, do meu ponto de vista matemático, esse sentimento sem noção une 1 + 1 dando 1 e não 1/2 + 1/2 =1. Entende? Pessoas sozinhas podem estar satisfeitas com sua vida sem se sentirem solitárias. O amor é um adicional, um bônus, não um salário. Não menosprezo a importância do amor. Porém, não vou transformá-lo numa droga para não conseguir viver nunca mais sem. Para mim, ele é um incentivo a mais para viver. É aquele não contentar-se de contente. Sabe?"

(Giovanna Malavolta - com alterações)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pressa.

Nenhuma verdade me machuca.
Nenhum motivo me corrói.
Até se eu ficar só na vontade, já não dói.
Nenhuma doutrina me convence.
Nenhuma resposta me satisfaz.
Nem mesmo o tédio me surpreende mais.

Mas eu sinto que eu estou viva a cada banho de chuva que chega molhando meu corpo nu.

Nenhum sofrimento me comove.
Nenhum programa me distrai.
Eu ouvi promessas e isso não me atrai.
E não há razão que me governe.
Nenhuma lei pra me guiar.
Eu estou exatamente aonde eu queria estar.

A minha alma nem me lembro mais em que esquina se perdeu ou em que mundo se enfiou. Mas já faz algum tempo.

Eu não tenho pressa. Já não tenho pressa.

(Pitty - Deja Vu)

Eu e a vida.

Vem me pedir além do que eu posso dar, é aí que o aprendizado está.
Vem de onde não sonhei me presentear.
Quando chega o fim da linha, e já não há aonde ir, num passe de mágica a vida nos traz sonhos pra seguir.
Queima meus navios, pra eu me superar.
Às vezes pedindo que ela vem nos dar o melhor de si.
E quando vejo, a vida espera mais de mim, mais além, mais de mim.
O eterno aprendizado é o próprio fim.
Já nem sei se tem fim.
De elástica, minha alma dá de si, mais além, mais de mim.
Cada ano a vida pede mais de mim, mais de nós, mais além.
Vem me privar pra ver o que vou fazer.
Me prepara pro que vai chegar.
Vem me desapontar pra me ver crescer.
Eu sonhei viver paixões, glamour, num filme de chorar.
Mas como é Felini, o dia-a-dia.
Minha orquestra a ensaiar, entre decadência e elegância, zique-zaguear.

Hoje, aceito o caos.


(Eu e a vida - Jorge Vercilo)

Ser.

"É tão difícil ser. Tão difícil sentir medo. Tão difícil encarar a verdade. Tão difícil não querer sentir. - Pensei. Demorei tanto tempo para encontrar meu equilíbrio, meu foco, meus objetivos. Planejei, decidi. Tudo estava tão claro... Eu resolvi ficar sozinha apenas para tomar um pouco de fôlego. Quando eu voltasse, poderia me apaixonar de novo. Os planos estavam certos e eu estava lidando muito bem com meus sentimentos, por mais que no fundo ainda tentasse sentir, nada acontecia. A situação estava confortável e sob controle. Eu estava satisfeita comigo mesma, orgulhosa. O segredo era manter a distância de qualquer relação que começasse a cross the line. Pronto, tudo resolvido. Então ele sorriu. Num piscar de olhos destruiu a obra de noites e noites mal dormidas. Num piscar de olhos destrancou o meu coração. Entrou sem pedir licença e se sentiu em casa como se já me conhecesse melhor do que ninguém. No começo suspeitei que isso havia acontecido porque, uma vez, ele já havia estado nas redondezas de minha mente. Ele iria embora, as soon as possible. Mas eu não acreditava nessas coisas. Coincidências? Imaginação. Contudo, não era, simplesmente, possível. Em meu cotidiano, sinais demais. Em minha mente, vozes demais. Em meu coração, sentimentos demais. Peguei-me pensando nele. Dia após dia, a frequência aumentando. Isso era um mau sinal, um péssimo sinal. Independente, indiferente, inalcançável. Esse era pra ser o meu perfil. Mas, em meio aos braços dele, o ar faltava, as pernas tremiam e um frio na barriga surgia. Eu só queria viver um dia de cada vez na presença dele. Eu não queria pensar em futuro, somente aproveitar o momento. Eu só queria não vê-lo ir embora. O que fazer? Amigos diziam: "Continue fazendo o que você está fazendo, esse seu Carpe Diem, e tudo vai dar certo." Fácil falar. As pessoas lidam bem com a dor, quando não é a delas. Eu estava feliz, mais do que poderia imaginar conseguir. Eu notei que existiam algumas opções: ele lê mentes; ele tem um informante sobre seus gostos preferidos; ele comprou meu manual de instruções em alguma livraria mágica em alguma esquina perdida...; ou era Ele. E esse verbo ser era o motivo de suas preocupações. Resolveu parar de pensar e seguir os conselhos, quem sabe desse certo. Eu não tinha nenhuma solução."

Giovanna Malavolta (com alterações)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O pior de Libra

"Vou ou não vou…?

Libra é considerado o signo da justiça.
Da beleza.
Da arte.
Da música. Enfim, uma viadagem só.

O que dá mais raiva neste signo é que o seu planeta regente é Vênus, o planeta do amor, que também rege touro.
Por isto é tão fácil encontrar pessoas lindas de Touro e Libra.
E libra persegue a beleza. É muito comum gente de libra cair nas garras de periguetes lindas e gigolôs irresistíveis, porque ficam atrás do que é belo e se outras pessoas também acham belo, piorou.

É aquele típico rapaz que tem uma namorada bonita e a leva até no futebol, só para mostrá-la aos outros.

Libra também tem uma mania chata de seduzir Deus e o mundo e depois não sabe o que fazer com a vítima , então é muito comum que tenha muitos relacionamentos ao mesmo tempo, até que uma das vítimas perde a paciência e lhe mete a mão na cara (geralmente uma ariana ou leonina ensandecidas).

Fica horas numa mesma questão. Segue-se uma chatice que dá nos nervos. E quando libra se decide, afe, dá-lhe romantismo melado. No meio de um jogo de baralho ele quer que você pare, porque a lua tá linda. No final da novela, ele resolve dizer que te ama. Coragem!!!

É muito comum librianos casarem se muito cedo, porque acharam que aquele amor em cima de uma roda gigante era para sempre. É normal que casem se várias vezes. È bom que fiquem ricos, porque terão muitas pensões para pagar.

Já a mulher libriana mesmo pobre estará envolvida com beleza, ou justiça. São charmosas, rômanticas e tem que tomar cuidado com rostinhos lindos, porque são o seu ponto fraco.

Aviso de amigo: Cuidado com pessoas de touro com ascendente em libra. Vão te fazer pastar muito. Evite.

E não se espante se a pessoa de libra te pedir um ‘tempo’ de manha e a noite disser: ’Eu te amo’. Eles mudam de idéia assim como eu mudo de cueca. E são os que mais demoram para terminar um namoro. Chatooooooooooooooo."

Por Cristian Pior

Tudo bem...

"Já não tenho dedos pra contar de quantos barrancos despenquei.
E quantas pedras me atiraram, e quantas atirei.
Tanta farpa, tanta mentira, tanta falta do que dizer.
Nem sempre é so easy se viver...
Hoje não consigo mais me lembrar de quantas janelas me atirei, e quanto rastro de incompreensão eu já deixei.
Tantos bons, quantos maus motivos.
Tantas vezes desilusão, quase nunca a vida é um balão.
Mas o teu amor me cura de uma loucura qualquer.
Encostar no teu peito, e se isso for algum defeito... por mim...
Tudo bem."

(Ana Carolina - Tudo Bem)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os sexos, o futebol, e o eu te amo.

"Pois é, pois é. Amor é uma coisa complicada, engraçada e retórica. Um verbo intransitivo, como diria Mário de Andrade. E o pior de tudo: tem uma queda generalizada pelas mulheres. Não que os homens não amem, coisa e tal, mas conosco acontece muito mais. Parei para refletir sobre isso hoje. As mulheres têm memória fraca, por isso se apaixonam mais. Como eu poderia dizer, nós nos iludimos, quebramos a cara, sofremos, prometemos nunca mais acreditarmos num babaca na vida e lá estamos nós: caidinhas por eles. (Ah, mas ele (Vamos frisar o ele.) é diferente. Bom, o último também era.) Enfim, nós nos encantamos diversas vezes, mesmo depois de nos decepcionarmos. Os homens não. Aproveitam tudo o que podem e não devem, nos iludem e no fim se interessam por aquelas que os amigos do bar nunca imaginariam. Amam perdidamente uma vez na vida, se transformam de vilões para mocinhos e juram tudo o que você possa imaginar. Seguem, para toda essa fofura inesperada, os possíveis finais infelizes: são traídos, trocados, abandonados, esquecidos, que seja. Qualquer uma dessas opções para o clímax desse grande amor que não provenha da parte deles, o mundo acaba. Todas as mulheres tornam-se megeras e desmerecidas de seu precioso amor. Tudo isso por conta de um orgulho ferido. Fala sério.
Bom, já apresentei meu ponto de vista do porquê nós garotas somos as tontas sempre da história. Agora vamos às diferenças gritantes entre os dois sexos.. Essa é a parte divertida. É clichê dizer que Homens fazem sexo e Mulheres fazem amor, que ela prefere o shopping e ele o bar, ou que entre uma noite romântica, um spa e uma cerveja bem gelada, ela escolhe a segunda e ele a terceira. Romantismo pra quê? Coisa do passado. Espere, eles concordam em algo. Mas isso é um tópico a ser abordado mais para frente. Diferenças sutis são aquelas como depois de um momento de amor, o silêncio paira, ambos estão em silêncio e olham-se nos olhos. Ela confessa: Tenho algo para te contar. Ele sussurra: Eu também. Ela exige: Diga primeiro. Ele hesita, mas cede: Tudo bem... Eu estou com vontade de novo. Ela ri (para não chorar) e diz pelos lábios entreabertos: Eu ia dizer que me apaixonei por você. Ele envergonhado confessa: Bola fora do dia. Ela sorri. Quase parece ser uma paródia, ou uma versão de Todo Mundo em Pânico X da Saga Crepúsculo. Quem negar que essa situação nunca aconteceu com pelo menos dos 90% dos casais, por favor, conte-me em qual lugar do mundo ocidental se baseou para contrapor essa estatística. Acredite, eu quero ir pra lá. Viu a diferença? Não é preciso ler um livro para descobrir, é só prestar a mínima atenção em seu próprio cotidiano.
Hora de retomar aquele papo sobre as semelhanças. Não entendo quando dizem coisas do tipo: Tinha que ser homem., ou mesmo: Tinha que ser mulher. (a não ser no trânsito, porque fatos mostram-me como certas loucas simplesmente tiraram a carteira de motorista pela internet.). De qualquer maneira.. Existem homens sonhadores, mulheres desapegadas. As liberais, e os ciumentos. Os dependentes e as campeãs no levantamento de chop. Generalizar não faz o meu tipo. Afinal, como uma amiga certa vez me disse: Os homens são todos iguais, mas eles mudam. Depois desse dia, praticamente contraí, é assim como uma doença, uma nova visão sobre o sexo oposto. Pense nisso. Os pobres coitados depois de serem substituídos já desacreditam de si próprios e isso torna os relacionamentos futuros muito mais complicados. Imagine se nós também deixarmos de crer? CAOS. Exatamente. Curar um coração partido é um ato nobre. E faz bem para o ego também. Não sejamos hipócritas, afinal. E convença-se, no fundo, ele também quer acreditar. Mas vá com calma, os casos em que esse "provérbio" dá certo são as exceções. Pela regra, sempre confie desconfiando. Sempre.
Ele gosta de futebol e você de amar. Caso todos fossem iguais, não teria graça, certo? Assim como você talvez não entenda tudo sobre vinte e dois homens suados e uma bola e ainda sim goste muito assistir, mas não saiba como se expressar, com ele pode acontecer a mesma coisa. Talvez ele a ame, mas não saiba exatamente como demonstrar isso. E, ao invés de tentar entender o que é impedimento, você vai fazer as unhas. Ao invés de dizer: eu te amo querida, ele abre uma gelada. Conforme-se, relacionamentos são assim mesmo. São desafios. Nada que é conseguido de forma fácil demais vale realmente a pena. Não se importe por saber que vocês são diferentes e ponto. Diferenças são essenciais. Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais. Já dizia Bob Marley.."

Giovanna Malavolta

Morfina e Arsênico

E eu vou esquecer. Não sei como, não sei quando, mas vou. Esquecer de lembrar de tudo isso. Esquecer de lembrar de que um dia achei que era feliz naquela farsa ridícula em que eu vivia. Ainda restam sombras, ainda resta mágoa, ainda restam fios. Faz tempo, faz tanto tempo. E ainda resta. Não resta nenhum tipo de sentimento bom, não resta amor, desejo, lembranças boas ou sei lá mais o que. Não. Só restam sombras frias e sombrias. Sombras que insistem em me assombrar. Eu sei que vai passar. Confio e tenho esperanças de um dia não lembrar mais pelo menos o número do telefone. Um dia não lembrar do timbre da sua voz irritante, de cada palavra mentirosa que você já me disse, de cada canção vazia, de cada beijo sem sentimento. Novas experiências, novos dias, novos sentimentos virão e me ajudarão a apagar tudo. Está demorando, claro que está, quando algo é intenso sempre demora a vir e mais ainda a partir. Acho que valeu a pena. A dor sempre traz crescimento e humildade, e talvez eu estivesse precisando disso. Às vezes isso me parece tão pequeno, às vezes isso toma conta de mim. Faz parte da vida. Sempre que estamos muito alegres, achamos que nossa ‘’felicidade” é a maior do mundo – e quando estamos fortemente magoados, achamos que o nosso sofrimento é o maior do mundo. Mas não é. Todos compartilhamos da mesma intensidade de morfina e de arsênico dentro de nossa corrente sanguínea. Reagimos a isso de formas diferentes, é claro. Aí entra signo, personalidade, circunstâncias, orgulho etc. Sim, todos temos momentos bons e momentos ruins. E eu hei de esquecer tudo isso, eu hei de lembrar muito bem de esquecer e esquecer totalmente de me lembrar. Um dia.

R.L.A.

É isso.

Sempre tão cética. Sempre tão imatura. Sempre tão teimosa. Sempre tão cabeça-dura. Consigo enxergar as mudanças. Internas. Externas. Mudanças na alma. No pensamento, no sentimento, no cotidiano, no ponto de vista, na opinião, no gosto. No peso, na altura, no cabelo, no jeito, no modo de falar. Cresci. Cresci pra cima, cresci pros lados, cresci intelectualmente, cresci! Tudo o que eu fui já não me cabe agora. Lágrimas provam a sensibilidade que um dia pensei nunca existir. Assumo discursos que um dia pensei que jamais assumiria. Às vezes me assusto. Ouvindo-me falar, olhando-me no espelho, olhando para dentro e para fora – assustador. Sempre duvidei da mudança humana, que ironia. Sempre duvidei mais ainda da minha própria mudança, que catástrofe. Mudei tanto. Para melhor, para pior, para simplesmente ser diferente de alguma forma. Crenças, vontades, sonhos, anseios e segredos. Sempre fui ansiosa para viver, sempre tive pressa para tudo acontecer, besteira. Tão bom viver assim, dia após dia, sem saber nada. Enquanto o lado esquerdo desespera, o lado direito ameniza, e assim eu caminho carregando meus dois lados. A beleza do amor, a sinceridade das pessoas, a delícia do incerto. Tudo em que sempre desacreditei, hoje carrego no peito. Fazer o bem sem olhar a quem – frase que sempre achei tão ridícula. Só tenho tamanho, é o que dizem. E é no que eu acredito. Escrevo e não leio. Deixo que a inconsciência fale por mim, e a consciência aja por mim. O discurso me atravessa, assume minha voz. E assim vamos caminhando, vamos observando, vamos vivendo, ah, e vamos mudando. É isso.

R.L.A.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Dane-se!

Ela com sua tagarelice interna. Mas como aquela mente gostava de falar! E não era só uma voz que falava. Eram infinitas. Vozes de tudo e todos. Uma de cada vez! - gritava ela com as vozes internas - Assim não consigo ouvir nenhuma de vocês! E de nada adiantava. As vozes insistiam em falar todas ao mesmo tempo. Com muita concentração, era capaz de distinguir uma forte voz ordenando "faça isso!", enquanto uma fraca voz reluta "mas eu não quero!". E muitas, muitas vozes - agudas, graves, roucas, estridentes. Estude! Trabalhe! Durma! Vá! Ou será melhor ficar? Aquele atalho é bom! Ou será que é perigoso? Enfrente, desista, enfrente, desista! Como discutem as vozes internas. A menina só queria que as vozes se calassem, nem que fossem cinco minutos. Vozes teimosas! Principalmente aquelas com memória de elefante, que faziam a pobre menina lembrar de tudo o que ela desejava esquecer. Estou te alertando! diz a voz constantemente. Você já sofreu demais, não ame! Você já engordou demais, não coma! Pobres vozes, não sabem o quanto é bom... um coração quente e um estômago cheio. E dane-se o que as vozes dizem.

R.L.A. (aula de latim sucks)

Live and let live.

Um dia, aconselharam-me a desistir. Parei, então, para pensar. Olho ao meu redor. E se? E se tudo tivesse sido diferente? Ah, que piegas. Mas... e se? Se a escolha fosse outra, se tivesse dado certo, se o caminho estivesse fechado? Se eu não tivesse cometido os erros, se não tivesse tido as ideias que tive, se não tivesse descoberto a verdade, se não me tivessem aceito? Se naquele dia tivesse chovido muito, se nossos olhares não tivessem se cruzado, se o dinheiro não tivesse sido suficiente? E se eu tivesse nascido fisicamente diferente... outro tipo de corpo, outro tipo de cabelo, outro signo? Se eu tivesse gostado mais de biologia, tudo seria diferente?
Claro que agora tudo está como é e é como está. It is what it is. To be or not to be, eis a questão, não é, William? Caminhos aparecem, bifurcam-se, espalham-se; cada escolha, uma renúncia. Por vezes aparece um caminho único, e aderi-lo é a única opção. Optamos com gosto, eventualmente torcemos o nariz, relutamos... mas sempre, sempre continuamos. Vontade é o que não falta: de voltar, de parar, de desistir. Vontade de voltar a agir como quando tínhamos cinco anos: não quero! não quero! não quero! E os dias, assim, se arrastam, arrastam-se. Dias em que não nos reconhecemos em nós. Ou dias em que nos reconhecemos em cada partícula, em cada olhar. Dias em que gostaríamos que tudo mudasse. E dias em que tudo parece notavelmente harmonioso exatamente como está.
A verdade é que tudo poderia ter sido diferente. Melhor, pior. Diferente. Mas não é. Tudo é exatamente como é. E está.


R.L.A. (aula de latim sucks)

Suposições

"Poderia ter sido qualquer uma, alguém com quem você tem um profundo relacionamento ou não.
Alguma amiga, que de repente você tenha percebido que era mais do que isso, ou não.
Alguém com quem você converse esporadicamente ou tenha ótimos papos, ou não.
Qualquer uma do seu círculo social, alguma colega de classe, alguma vizinha, ou não.
Poderia ter sido alguém obvio, alguém que não tenha obstáculos, alguém normal.

Mas não foi assim, poderia ter sido, mas não foi.
Você decidiu escolher o caminho mais difícil.
Decidiu escolher alguém que você mal conhece.
Decidiu escolher alguém que jamais passou pela sua amizade.
Decidiu escolher alguém com quem você jamais compartilhou um olhar.
Decidiu escolher alguém desconhecido, alguém longe de você.
Você quis assim, alguém distante, um obstáculo, algo anormal.

Poderia ter sido simples, mas você quis abrilhantar a vida de uma outra pessoa.
Poderia ter sido fácil, mas você quis alongar o seu poder de enfeitiçar alguém tão longe.
E você conseguiu: fez que os dias dela fossem cada vez melhores,
que a cada simples palavra o feitiço funcionasse cada vez mais,
que ela abrisse mão da mesma escolha que você teve,
em escolher o simples e normal, ela também se decidiu,
pelo mais distante, pelo mais difícil...
Pelo mais forte, pelo mais adorável, pelo mais perfeito.

Poderia ter sido diferente, mas decidimos que seremos 'nós'."

Alanna Della Possa

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve terror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felicidade."

Clarice Lispector.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O papa é pop.

"Todo mundo tá revendo o que nunca foi visto.
Todo mundo tá comprando os mais vendidos.
É qualquer nota, qualquer notícia, páginas em branco, fotos coloridas.
Qualquer nova, qualquer notícia, qualquer coisa que se mova é um alvo.

E ninguém tá salvo!

Todo mundo tá relendo o que nunca foi lido.
Tá na cara, tá na capa da revista.
É qualquer nota, uma nota preta, páginas em branco, fotos coloridas.
Qualquer rota, a rotatividade.
Um disparo, um estouro.

O Papa é pop, e o Pop não poupa ninguém.
O Papa levou um tiro à queima roupa!

Uma palavra na tua camiseta.
O planeta na tua cama.
Uma palavra escrita à lápis.
Eternidades da semana.

Toda catedral é populista, é pop.
É macumba pra turista.
Mas afinal... O que é Rock'n'roll?
Os óculos do John? Ou o olhar do Paul?"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O doce salgado.

Passos lentos no escuro.
Folhas que o vento leva.
Adão já não ama Eva.
Destino sempre tão duro.

O respeito se esvaiu.
O amor já terminou.
O que havia já caiu.
O que era doce se acabou.


R.L.A. trash