Let's travel?

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Entre sem bater.

domingo, 22 de maio de 2011

A pergunta fatal, Gulliver e Dunga.

Pela primeira vez, perguntaram-me porquê eu havia decidido seguir a carreira das humanas, "porquê ser professora". Eu sempre soube a resposta, mas nunca a havia elaborado para mim mesma. Ainda bem que as palavras existem. Decidi porque quero ensinar! – ah vá. Mas quero. De verdade. Não quero ensinar como conjugar o verbo to be ou ensinar o que é uma Oração Subordinada Substantiva Adverbial. Quero ensinar aquilo que ninguém me ensinou. Já tive professores de todos os tipos. Desde aqueles que davam cor às minhas quartas-feiras até aqueles que me faziam contar regressivamente os minutos para o soar do sinal de fim da aula. Desde aqueles que disseram algo que ecoa em minha mente até hoje até aqueles cujos nomes ainda me causam arrepios. Também tive outros tipos de professores. Pais, avós, irmão, cachorro. Amigos, inimigos. Amores mal-resolvidos, abraços com lágrimas, cartas jamais entregues, joelhos ralados. Todos professores. O tempo, ah!, o tempo, o maior de todos os professores. O eterno aprendizado de quem se permite ensinar. Algumas coisas simplesmente existem, outras simplesmente acontecem, outras são além e vão mais além. Meu desejo é compartilhar. Pontos de vista, experiências, argumentações. Gostos, opiniões. Não quero verdades absolutas, informações fechadas. Quero contradições, quero polissemia, quero debates! Sim. Cada um interpreta um fato de acordo com o que possui dentro de si. Há aqueles que não interpretam nada, porque não possuem nada dentro de si. Uma pena! Mas há aqueles que sempre estarão dispostos a expor o que pensam e sentem. Dispostos a considerar o que os outros pensam e sentem, de modo a ouvir, assimilar e, assim, crescer mais e mais. A ignorância está aí, à disposição de quem quiser agarrá-la, e garanto que é um meio fácil de se viver. Aliás, o meio MAIS fácil de se viver. E também o mais miserável. E medíocre. E vazio. Tudo vai depender da ambição individual de cada um. Pensar e debater, mesmo que consigo mesmo, é desgastante, exaustivo, doloroso e difícil. Mas tudo o que machuca traz aprendizado e, consequentemente, crescimento. E enquanto existem os que querem ser Gulliver, existem os que se contentam em ser Dunga. E você? Quer ser gigante ou se contenta em ser anão?

R.L.A.

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