Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

sábado, 29 de outubro de 2011

Paradoxo.

E o pior de tudo é que me agrada. Me faz sentir bem o sentir mal. Essa dor que dói no peito me faz sentir viva, o aperto no coração me faz lembrar de que eu ainda possuo um coração. São detalhes que às vezes ficam esquecidos, como fotos antigas em uma gaveta qualquer. A confusão me faz lembrar de que eu ainda sinto. Sentir, verbo tão remoto para a minha alma. Tudo ficara esquecido. Desde minhas últimas lágrimas até meus últimos sorrisos bobos. Palavras doces, já nem sei quais são. Já nem sei o que serve para um agrado, um afago. Já nem sei o que ainda demonstra candura. E esse frio esquisito na barriga me deixa confortável, me tira do meu eixo tão comum, me tira desse lugar que já havia perdido a graça há muito tempo. Eu não acredito, não creio, não boto fé, não possuo esperanças, e tudo dá na mesma - o que importa? Todos possuem suas próprias razões e as minhas acabam de se esvair, algo que não me traz preocupação alguma, porque eu cansei do monótono, cansei do incolor, cansei do chá branco morno. Cansei da calmaria, cansei do zero a zero. Eu quero é entrar em colapso, quero chorar até o estômago doer e machucar minhas borboletas, quero me confundir tanto a ponto de esquentar a mente e dar dor de cabeça. Quero me desesperar e não encontrar solução, quero sentir o fogo queimando no peito e não ter nenhum extintor por perto. Quero sentir o coração disparar e tudo doer a ponto de paralisar. Eu quero sentir mal, mas sentir tão mal, mal, mal, mal a ponto de sentir bem. E o pior de tudo, é que me agrada. Paradoxal, não?


R.L.A.

Só.

Só por hoje, eu não quero mais chorar. Só por hoje eu espero conseguir aceitar o que passou, aceitar o que virá. Só por hoje vou me lembrar de que sou feliz, ou fingir que sou. Hoje já sei que sou tudo aquilo que preciso ser, e que não preciso me desculpar, não preciso te convencer.
O mundo é tão radical, e eu não sei onde estou indo, mas sei que não estou perdido. Aprendi a viver um dia de cada vez. Só por hoje eu não vou me machucar, só por hoje eu não quero me esquecer
de que há algumas vinte e quatro horas eu quase joguei tudo fora. Não, não, não, não! Viver é uma dádiva fatal! No fim das contas ninguém sai vivo daqui, mas... calma! Só por hoje eu não quero mais chorar, só por hoje eu não vou me destruir, posso até ficar triste se eu quiser, mas é só por hoje, mesmo.


leves alterações.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Deixar, verbo transitivo.

Deixa eu dizer tudo o que me vem à mente se tratando de você?
Deixa eu te mostrar toda a minha confusão, todos meus medos?
Deixa eu dizer que eu gosto de você, mesmo não sabendo o significado disso?
Deixa eu te abraçar em silêncio, nos dias em que estou mais chata?
Deixa eu chorar baixo no seu colo, sem motivo?
Deixa eu tirar seu ar da forma mais simples que consigo?
Deixa eu me entregar a você sem saber de mais nada?
Deixa eu te colocar nos meus sonhos, todas as noites?
Deixa eu esquecer meu orgulho só dessa vez?
Deixa eu sentir você da forma mais intrínseca possível?
Deixa eu soltar todo o meu peso em cima de você?
Deixa eu te mostrar cada defeito meu?
Deixa eu segurar a sua mão e apertá-la com toda a força que nem tenho?
Deixa eu ser uma completa idiota perto de você?
Deixa eu te amar?
Deixa eu me deixar te amar?
Deixa?


R.L.A.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Quem inventou o amor, me explica, por favor...

Eu nunca entendi muito bem aquela história de "fogo que arde sem se ver". Como assim, "ferida que dói e não se sente"? Foi assim: você passou do meu lado, e assim que eu te conheci. Você me veio como um sonho bom, eu me assustei. E a racionalidade que sempre tomou conta de mim - ou eu pensava que tomava, fugiu. Eu, sempre aquela que via o que quase ninguém vê, eu, aquela sempre distraída, impaciente, tão indecisa. E então tudo se tornou tão diferente daquilo a que eu sempre me condicionei. Todas as regras que sempre me impus simplesmente foram dissolvidas. Junto com todas as explicações que eu tenho sobre todas as coisas que existem e que não existem. Agora eu já não consigo explicar mais nada. Sempre menti pra mim mesma, mesmo sabendo que esse é o pior tipo de mentira. Então surgiu você. Você surgiu e me deixou tão tranquila, tão contente, apesar de eu ainda estar confusa, talvez mais do que nunca. É possível que eu esteja agindo certo, sem querer. Ou agindo errado, por querer. Hoje não quero palavras, quero sensações. Quero chorar do seu lado sentindo o vento do litoral. Quero rir do seu lado, quero ser feliz, ao menos. Sem planos, sem razão, sem explicação. Que dure uma vida, uma semana, um dia, um minuto. Sinto esse algo tão raro, raro como a vida. Sei que não é e não é pra ser, mas perto de você cada estrela parece uma lágrima. E cada lágrima, um sorriso. Estou deixando a onda me levar, essa onda chamada você. Não, não me diga que não é nada disso, eu não quero ouvir. Só quero que caia a noite, caia a noite enquanto deixo minha cabeça pesar no seu ombro, caia a noite, noite tão linda, noite que não tem luar. Me abrace, me abrace, me abrace forte, me diga mais uma vez que já estamos distantes de tudo. Me ame, me ame como se não houvesse o amanhã, como se tudo estivesse perdido e você fosse o caminho. Sabe, acho que estou gostando de alguém. E é de ti. O mais incrível é que eu sempre uso palavras repetidas quando se trata de verbalizar como me sinto em relação a você. Mas afinal, quais são as palavras que nunca são ditas? Não importa. Não sei para onde estou indo, mas sei que não estou perdida, porque com você aprendi a viver um dia de cada vez. É... Ainda se fosse só sentir saudade... mas é algo sempre mais! Então, que o fogo arda, eu não quero ver. Que a ferida doa, eu não quero sentir. Você em mim é como uma legião. Uma Legião Urbana.


R.L.A.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

minha noite, meu luar.

Ele revirou minha cabeça, deixou tudo fora do lugar.
Deu um nó, foi um quase me enlouqueça, impossível controlar.
E eu vou dar um beijo nele, ele que é só meu.
Pra bater no coração, pra olhar o seu olhar.
Pra pegar a sua mão, com meu beijo te beijar.
E em uma noite, um amor, vou derramar o mar, imaginar o luar.
Sabores, cores, flores, tudo é ele.
E eu vou dar um beijo nele, ele que é só meu.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um cáfe com a insônia.

Sabe. Se existe algo que eu não suporto, além das famosas lições de moral, são as cobranças. Ah, se pensarmos a fundo, as lições de moral podem até ser encaixadas no âmbito das cobranças, mas anyway. Bom, o fato é que, ao que parece, eu não possuo o direito de sair de mim nem por uma semana, um dia que seja, uma frase, e já começam as cobranças. Qual é o meu problema? O que há de errado comigo? Sinto estar me perdendo em uma queda livre, free falling, sinto estar vivendo dias adormecidos, como se nada fosse real. Estou chata, calada, diferente, esquisita de um jeito muito, muito estranho. Final de semestre, final de ano, todo aquele peso sobre os ombros que parece que não vou suportar, aquele momento em que acho que não conseguirei avançar, seguir. Não conseguirei sobreviver mais um único dia. Sinto minha mente dando milhões de voltas, filmes passando em flashes, parecem instantes de pura insanidade, tudo roda. Semiótica se mistura com poetas de cuja poesia eu não gosto, remixados com palavras em inglês cujos significados eu desconheço, misturados aos meus novos e antigos medos, novas e antigas paixões, pavores, amores. Tudo me estonteia e sinto que irei desabar. Toda essa confusão interna em que me perco torna-se um sono sublime e branco, um sono com sonhos, sono este do qual desperto quando chega alguém de fora e adivinha só? Me cobra! “Você está chata, calada, diferente, estranha de um jeito muito, muito esquisito. É algum problema comigo? Me explica, me fala, não me esconda nada!”. E a resposta, treinada, decorada, automatizada, não, não é nada com você, não há problema algum, aliás, há sim. O problema sou eu. Cento e setenta e quatro centímetros de problema. Setenta quilogramas de problema. Um problema que ninguém há de solucionar, porque não existe solução. Ninguém há sequer de entender ou decifrar. Mas se quisessem mesmo colaborar, um grande passo seria parar de me cobrar. É.


R.L.A. - em total fluxo de consciência.

O Devaneio da Uma, a Ponta do Lápis, o Óbvio e o Previsível.

Uma da manhã. Papel e caneta à mão. Mente à disposição. Por que será que, nestas condições, é tão óbvio que o tal amor será fonte de inspiração? Detesto, detesto o óbvio. O previsível, então, me causa enjôos. Mas é tão óbvio e tão previsível que o que escreverei será sobre você! Se bem que você ter entrado na minha vida sem pedir licença fora algo nada óbvio e muito menos previsível. Traí a mim mesma, enganei minha mente, fugi da minha razão, confundi meu coração. Permiti algo proibido, driblei minhas regras, menti pro meu juízo. Deixei. Tentei. Gostei. Sonhei. É isso! Tudo não passa de um sonho! Um devaneio daqueles tantos que tive em momentos tediosos, com você tão perto e tão longe de mim. A todo tempo me pergunto se isso tudo é real, se você de fato é real, e a resposta vem sendo a mesma: sim, é real, sim, acredite. Pode ser que a resposta mude, pode ser que isso seja mais uma das minhas tão frequentes besteiras internas. É o mais possível. Ainda temo em crer, eu sempre fora tão skeptical, ainda temo em ceder, não somente a você, mas principalmente temo em ceder a mim mesma. É claro que o que todos nós desejamos é alguém que brinque com a nossa vida como uma criança brinca de colorir um desenho em branco; mas todos nós tememos que a ponta do lápis de cor se quebre e o desenho fique mal colorido, muito mais feio do que estava em preto e branco. O fato é que estou pensando seriamente em correr esse risco. Pensando em permitir que você brinque de colorir minha vida. Mas você promete tomar cuidado para não quebrar a ponta do lápis? Promete escolher com cautela as cores que vai usar? Promete? E então eu deixarei, tentarei, gostarei, sonharei, sonharei, sonharei. E isso é tão óbvio. Tão previsível!


R.L.A.

domingo, 23 de outubro de 2011

Para você; você, eu; para mim.

"O que mudou, então? o que me fez abandonar minha resolução e teimar comigo mesmo?
Não vou esconder que exista um para alguém específico a quem essas palavras são direcionadas; eu disse você já algumas vezes, e só você sabe quem é você, dando toda essa volta eu estou tentando explicar uma coisa específica para alguém específico - você.
O que você tem? o que você me fez pra me mudar tanto e de forma tão rápida e brusca?
Vou tentar pensar um pouco em você. (por vezes dizendo coisas sobre os outros eu acabo dizendo muito mais sobre mim mesmo, mas vou tentar lembrar algumas coisas)
Você entrou na minha vida com tudo, como se chutasse a porta do meu quarto, embora não tivesse feito efetivamente nada, só existir e passar diante das minhas vistas, a visão de você foi mesmo um chute que parece ter acordado algo que estava adormecido em mim e que eu não pretendia acordar tão cedo... depois disso eu mal podia me concentrar nas aulas, ficava brincando de olhar você e fugir com o olhar quando você se virava, às vezes eu deixava o seu olhar encontrar o meu, e que incêndio que podia ser isso dentro de mim.
Decidi que precisava saber mais sobre você, encontrei seu perfil na internet mesmo sem saber o seu nome, mas não tive coragem de falar nada, um dia você surpreendentemente veio conversar comigo, querer saber de mim, quem eu era, o que queria, e eu logo de cara te disse tudo! você quando chutou a porta do quarto parece ter ganho permissão para abrir as gavetas, vasculhar de baixo da minha cama...
E aos poucos eu fui pegando gosto por essas conversas virtuais, e você aos poucos também começou a se mostrar mais, e aquela primeira visão começou a ganhar todo um aspecto por trás da corporeidade, com uma voz e seu jeito de falar e principalmente com um jeito prático de ser que me assustava para alguém tão jovem, uma pragmática aguda, o meu ideal de literariedade é natural em você; fui percebendo seu jeito leve e despojado de encarar as coisas, suas opiniões fortes sobre elas, sua capacidade de variar entre a fragilidade que chama o afago e a dureza que inspira a admiração... sua companhia foi me fazendo um bem danado, mesmo a custo de me tirar do eixo.
Eu gosto é disso, de quem me arranca coisas, e cada vez menos tenho medo de admitir para mim mesmo que gosto de você cada vez mais; cada vez tenho menos medo e mais vontade de que você entre de vez na minha vida. eu não esqueço, é claro, que você também tem seus medos, suas inseguranças; mas se você correr e se esconder, eu te encontro, eu te acho, diacho."

- A.C.L. to R.L.A.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Inferno astral.

Sabe. É. Pra mim, escrever sempre fora algo natural, inato, fácil, simples. Como tomar um copo de água, como andar pela calçada, como beijar alguém na bochecha. E aí aparece você e confunde tudo. É nessa parte que tento escrever sobre você e não consigo, apenas não consigo. Porque você é tão diferente. Você é tão... você! Foi tudo de um minuto para o outro, literalmente. Em uma quinta-feira você era apenas o carinha esquisito que andava me observando, e na sexta já era você, o meu amigo, minha alma kármica, meu inferno astral, e tudo o mais que só eu sei que você é. E dias vão passando. Cada minuto próximo faz tudo crescer, tudo...?, o que importa o que seja esse "tudo" a que nomeio? E cada conversa, cada olhar, cada pequeno toque, tudo vai me viciando. Como uma droga. “Pensando bem, eu gosto mesmo de você, pensando bem, quero dizer que amo ter te conhecido.” – isso diz exatamente o que eu sinto. Às vezes te enxergo tão acima de mim... como um gavião observaria uma formiga insignificante. Mas às vezes te enxergo tão do meu lado, tão igual, tão meu. E ao mesmo tempo nós temos medo. Medo de perder o que nem temos, medo de sentimentos que nos são estranhos, medo de sentimentos que conhecemos tão bem, medo sabemos lá do que. E que importa, não é? O que importa é que agora somos nós. I never feel like I got enough of you. Whatever, o que interessa agora é que nós somos nós, Ego Hic et Nunc, enunciativamente, e nada, nada além disso, You and I. Me and you. Us, and all of our mess.


R.L.A.

domingo, 16 de outubro de 2011

Se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica. Por isso, faço a minha sorte. Sou fiel ao que sinto. Aceito feliz quem eu sou. Não acho graça em quem não acha graça. Acho chato quem não se contradiz. Às vezes desejo mal. Sou humana. Sou quase normal. Não ligo se gostarem de mim em parte, mas desejo que me aceitem por inteiro. Não sou perfeita, não sou previsível. Admiro grandes qualidades, mas gosto mesmo é dos pequenos defeitos: são eles que nos fazem grande, que nos fazem fortes, que nos fazem acordar. Acho bonito quem tem orgulho de ser gente. Porque não é nada fácil, eu sei. Por isso, e simplesmente por isso, por ser difícil, é que eu continuo.

chá de solidão.

De vez em quando até bate uma solidão. Até bate uma vontade de ter um colo para deitar, uma cintura para abraçar, um número para ligar. Até bate uma vontade de ter uma voz para escutar, uma feição para lembrar, um toque para desejar. De vez em quanto até bate uma vontade de ter uma mão para segurar, dedos para entrelaçar, um ombro para beijar. De vez em quando até bate uma solidão, uma vontade de ter... um amor para recordar.
Mas é só tomar um chá, que a solidão vai embora, e a vontade que à porta bate logo parte, quando percebe que ninguém a atende, e não atenderá.

domingo, 9 de outubro de 2011

Modalidades do amor: querer, saber, poder, dever.

Posso, mas não sei. Quero, mas não devo.
Sei, mas não posso. Devo, mas não quero.
Encarar da forma que é, difícil.
Ignorar e fugir, fácil. Fácil, nem tanto.
Tomando conta de mim, está.
Pensamentos me pertencem, já não mais.
Sinto-me sob você, dominada.
Através de você, controlada.
Em você, viciada.
Por você, apaixonada.
Não posso e não devo.
Mas quero e sei.
Não posso me perder agora.
Não devo me entregar agora.
Mas quero te amar.
E sei que o posso,
Se você me deixar.


R.L.A.
"There are only 4 questions of value in life. What is sacred? Of what the spirit is made? What does it worth living for? And what does it worth dying for? The answer to each is the same: only love."


- Dom Juan de Marco

Mero devaneio.

Impossível viver no presente? Impossível não esperar os tempos melhores, que jamais chegam? Impossível não possuir trilhões de sonhos, desejos, anseios, vontades? Ingênuo viver assim? O melhor sempre, sempre está por vir. Sim. E nunca, nunca vem. Por outro lado, viver sem espera é viver sem objetivo. E viver sem objetivo é viver sem sentido. Literalmente. Certo? Então, estaríamos nós participando de um eterno ciclo, com bonito e remoto início, mas com fim concreto, conhecido e demarcado? Esse final que a tantos amedronta, apavora, desespera. Arrepia. A mim, não. Quem sabe esse tal melhor a que tantos esperamos não esteja lá, depois do final? Eis um modo de se viver. E de que importa se for a maneira mais tosca, cega, superficial de se encarar? De que importa se, no fim das contas, não for nada disso? De que importa se o fim for simples e meramente o fim, a terra, o sufocamento, a madeira, a corrosão? A vida não passa de um enfrentamento. Uma guerra de todos contra todos. Guerra na qual todos acham que sabem o que querem, mas no fundo não sabem o que querem achar. Guerra da qual não há escapatória, fuga, esquivo. E a espera nos dá forças, é a nossa atadura, armadura, tanque. O tal do futuro nos move. Futuro, amigo tão inimigo. Amigo que promete mas não cumpre, não visita, e nunca está presente. Mesmo assim não desistimos. De tentar, esperar, guerrear.


R.L.A.

Perto, longe.

Sinto perto, mas está longe. Almas perto, mãos longe. Corações perto, corpos longe. Queria poder sentir sua respiração. Se não fossem os quilômetros! Poderia querer ouvir sua pulsação. Se não fosse a longa estrada! Poderíamos ter tudo. Poderíamos estar junto. Poderíamos nos ter. Não temos, não estamos, não temos. Nada. Separados. Não temos. Testas próximas, joelhos se tocando, dedos entrelaçados. Palavras doces, baixas. Fumaça! Só te vejo com meus olhos fechados. Breu. Só te ouço nos meus sonhos. Silêncio. Imagens tão longes da cinza realidade. Se ao menos, se ao menos, se ao menos! Se ao menos você estivesse aqui. Não está. Sinto perto, tão perto, sinto o toque, tão perto, certo, concreto. Mas está longe.

R.L.A.

sábado, 8 de outubro de 2011

Felicidade.

"Não sei porque eu estou tão feliz. Não há motivo algum pra ter tanta felicidade! Não sei o que que foi que eu fiz, se eu fui perdendo o senso de realidade... Um sentimento indefinido foi me tomando ao cair da tarde, infelizmente era felicidade. Claro que é muito gostoso. E claro que eu não acredito. Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito. Não sei porque eu estou tão feliz. Preciso refletir um pouco e sair do barato. Não posso continuar assim, feliz. Como se fosse um sentimento inato, sem ter o menor motivo. Sem uma razão de fato. Ser feliz assim é meio chato. Não sei porque eu estou tão feliz. Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade. Felicidade, quando é no começo, ainda é controlável... mas não sei o que foi que eu fiz pra merecer estar radiante de felicidade. Mais fácil ver o que não fiz, fiz muito pouco aqui pra minha idade, não me dediquei a nada, tudo eu fiz pela metade. Por que, então, tanta felicidade?
E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado, que eu sou egoísta. Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética, e faz uma lista. Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade! Independente dos deslizes, dentre todos os felizes, sou o mais feliz. E não sei por que eu estou tão feliz. E já nem sei se é necessário ter um bom motivo, a busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo... Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser consequente, mas desisti. Vou ser feliz pra sempre! Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço, felicidade assim desse tamanho, só com muito espaço!"


Luiz Tatit

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dias e noites.

A noite como maior inspiração. Um desejo doentio de analisar a mente humana e seus maiores devaneios. Algumas experiências a serem guardadas. Uma vontade esquisita de ser igual, enquanto todos se esforçam para serem, ou ao menos parecerem, diferentes. Talvez ser igual seja mesmo um diferencial. Algumas características distintas. Alguns gostos desaprovados. Muitas dúvidas enlouquecedoras. Dívidas com o passado. Pendências com o futuro. Surpresas diárias. Decepções fortalecedoras. Desafios ultrapassados, novos desafios. Amores antagônicos. Sentimentos confusos e confundíveis. Razão que berra, enquanto a emoção sussurra. A vida para ser encarada. O mundo para ser conquistado, engolido, destruído, esmagado. A noite como maior inspiração, a lua como maior astro, e não há longo dia que não encontre a noite.

R.L.A.

domingo, 2 de outubro de 2011

Tempestade, calmaria.

Eu queria entender o por quê de eu estar me sentindo tão bem. Não digo feliz, porque como bem se sabe, não acredito nesta palavra e nem sei o que ela ainda faz no dicionário. Mas estou sentindo uma paz de espírito tão grande e tão boa, que quase posso enxergar a cor branca dentro da minha alma. Estranho, não seria agora o tal do bendito inferno astral? Ah, não importa também. A paz é ótima, mas é péssima ao mesmo tempo. Péssima por eu saber que a próxima fase é de guerra. Sempre assim. Tempestade, calmaria, tempestade, calmaria. A tempestade é cortante, mas reconforta por saber que a calmaria está por vir. O que pensar da calmaria? É meio contraditório gostar dela. Como um sonho bonito, que há de acabar ao despertar. Entretanto... não há como negar que assim como é tão bom sonhar, essa paz é tão boa de se sentir. Melhor ainda por ser uma paz sem motivo, simplesmente uma paz. Uma paz que há de se expirar com algum dos próximos nasceres do sol. Não me lembro da última vez que a paz havia me visitado, e não me lembro de ela já ter me feito uma visita tão longa quanto agora. Eu não me chatearia se esse sentimento durasse mais alguns meses, embora ache isso improvável. Por ora, aproveitarei ao máximo a presença da paz enquanto ela está do meu lado, está de todos os lados, dentro de mim, me preenchendo. Aproveitarei cada segundo de paz. E depois? Bom, depois... que venha a tempestade.


R.L.A.

Lua em Gêmeos

‎"'É conversando que gente se entende' . É falante e prefere o movimento e a novidade à estabilidade. Não gosta de envolvimentos emocionais muito profundos embora não seja adepto da solidão. Valoriza os contatos sociais e as pessoas intelectuais e inteligentes. Tende a racionalizar os sentimentos e raramente sabe o que realmente sente. Detesta ciúme ou possessividade e pode passar uma imagem de pessoa fria ou superficial."

Sol em Libra.

"Acusam-na de ser sedutora, mas a maior parte do tempo, sua vontade de agradar a todos se deve a sua quase nula capacidade de dizer não a quem quer que seja. Você irradia uma simpatia que não é forçada. Quando se é libriana, a alegria não depende de datas, nem de lugares, e nem de objetos, mas de pessoas. Conhecer uma nova pessoa é, do ponto de vista de Libra, o começo de um novo ciclo. Você está no meio do mundo, e seu lugar é o meio, porque é este o lugar onde os relacionamentos se tornam possíveis. E, quem está constantemente no meio, tem o destino inevitável, porém incômodo, das escolhas. 'Vamos ver' é a sua expressão favorita, pois por meio dela você adia as decisões. Não se preocupe com o perpétuo estado de indecisão, a sorte ajuda você, o misterioso destino parecerá tomar as decisões por você."

Atrologia

Ascentente em Touro.

"Seu caminho de vida será traçado pela profunda necessidade de ser dona de si mesma, de criar suas próprias opiniões, de experimentar tudo que desejar, e de opor-se a tudo que considerar injusto, o que não será pouco. Tal aspiração de independência irá resultar na criação de intensos e profundos conflitos, o que será bastante estranho para você entender, já que, no fundo, o verdadeiro motivo que a impulsiona à independência é a necessidade de paz e de sossego. Você será dona de si mesma, bastante dogmática e obstinada, não desejando conselhos e nem tolerando as contradições. Você demorará para perder a paciência mas, quando o fizer, será difícil apaziguá-la, e será capaz de guardar ressentimentos por muito tempo. Em geral, será calma e tranqüila, e preferirá tais condições, mas será capaz de grandes paixões e de agir emocionalmente, sendo capaz também de ser extremamente ciumenta e possessiva."


Astrologia