Let's travel?

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Entre sem bater.

domingo, 28 de agosto de 2011

Morrer e Renascer.

Morro e renasço a cada dia. Morro com a intenção de que nada permaneça. Renasço com a esperança de que a vida renasça junto comigo. Os dias também morrem a cada noite que cai. E renascem a cada sol que volta. E a noite sempre cai, por mais longo que o dia possa parecer. E o sol também, o sol sempre volta. As noites e os dias se completam, como a vida completa a morte, e a morte completa a vida. Saber viver é saber morrer. Saber viver é saber deixar que se morra. A vida é fraca, é frágil, é quebradiça. É preciso saber renascer. Necessário saber encarar as lembranças como objetos guardados em uma caixa antiga. É preciso saber remexer essa caixa de vez em quando, deixar que as lágrimas escorram e sequem. Mas é preciso, acima de tudo, saber fechar a caixa e guardá-la novamente. Inutilizar seus objetos e saber que eles estão ali somente por simplesmente estarem ali. É preciso saber que os objetos envelheceram, fizeram parte de uma realidade antiga e distante. Uma realidade que não existe mais. Uma realidade que morreu, morreu quando renascemos. E o momento do agora já não existe mais, já passou, já virou futuro. E o passado já foi pra caixa, o tempo que nos escorre pelos dedos morre e vai morar na caixa. Na caixa que fica muito bem guardada, bem perto do coração. Morrer é preciso. Renascer, também.


R.L.A.

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