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Entre sem bater.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A invenção do amor

Então é isso, o amor? Uma invenção? Alguns falam em amor eterno. Outros confundem amor com paixão. Uns acreditam apenas em amor de mãe. Vai saber. A verdade é que esse aí, o tal amor, é uma sementinha que, uma vez plantada, gera muita dor. Inevitavelmente. Mas se pararmos pra pensar, como pode, o sentimento de uma mãe para um filho, o sentimento entre irmãos e entre namorados receber o mesmo nome? Há algo errado. Não pode ser, não faz o menor sentido. Talvez alguma vez uma mulher tenha confundido o sentimento pelo marido, falado em amor entre cônjuges, e então o resto da humanidade cometeu o mesmo erro. O que existe entre família é amor. O que existe entre mãe e filho é amor. O que existe entre irmãos é amor. O que existe entre amigos pode até chegar a ser amor. Mas o que existe entre esposa e marido não é amor. O que existe entre namorados não é amor. Paixão, ternura, desejo, companheirismo. Isso sim. Respeito, fidelidade, lealdade. Mas amor? Amor é algo que não muda. Nunca. E tudo o que existe entre parceiros muda. O sentimento entre namorados que se conhecem há um mês não é o mesmo sentimento do dia do casamento deles, que por sua vez não é o mesmo sentimento depois de 10 anos de casados, que não é o mesmo sentimento depois de 50 anos de casados. Logo, nada de amor. O tempo passa. O desejo diminui. A consideração cresce. Cresce o medo de terminar sozinho na vida. Crescem as lembranças do passado. Vêm os filhos e mudam os sentimentos mais uma vez. A paixão se esconde, morrem as borboletas que um dia habitaram o estômago. Uma a uma. Muitas vezes o companheirismo cresce. Vêm os problemas. Muitos parceiros os enfrentam juntos. Lutam juntos. Tornam-se um time, jogando contra a vida. Os sentimentos sempre mudando. Um erra, o outro julga. Um age, o outro grita. E vêm as brigas. Algumas vezes todos os sentimentos se unem para formar um só: a repulsa. Talvez o ódio. Algumas separações acontecem. Não dá para prever. O fato é que não há nada de amor. Uma mãe que ama seu filho desde o dia em que ele nasce, o ama até o dia em que eles se separam para sempre. Não é isso o que ocorre com casais. Os sentimentos entre casais são sentimentos mutáveis. Quando se trata de relacionamentos, nada é eterno. A união pode até se tornar eterna, mas os sentimentos não o são. E isso é inevitável. Não existe um casal que vive em equilíbrio e paz durante todos os dias do ano, durante todos os anos da vida. Se o sentimento entre um casal fosse o amor, o casal seria “feliz” e isso seria uma verdade universal. Não é o que ocorre. Casais eternamente felizes são aqueles do ultimo capítulo da novela. E pode acreditar, se a novela tivesse mais dois capítulos, mais da metade dos casais formados já estariam brigando, se desrespeitando, se separando. Nada é perfeito em termos de relacionamento. Não adianta. Não sei ainda se acredito ou não em ‘’metade da laranja” ou “tampa da panela”. Acho que tudo vai muito de oportunidade, de como tudo se desenrola. Acho que cada um pode ter um montão de “amores” na vida. Eu mesma já achei o “amor da minha vida” umas 20 vezes. Quem sabe até o fim da vida eu acerto? Vai saber. Amor da vida nada, sem essa de amor. Não pra cima de mim.

R.L.A.

Um comentário:

  1. fidelidade, companheirismo, desejo... Todas essas coisas se aproximam do amor, mas nunca serão... Basta que cada um tente tornar todos estes sentimentos algo próximo ao tal amor... :|

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