Let's travel?

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Entre sem bater.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Solidão, amor e saudade.

"Porque hoje quando olhei pro céu e vi a lua, não consegui desacreditar do amor. Cheguei pra saudade que estava sentada ao meu lado e perguntei a razão de estar andando comigo tão frequentemente, afinal, nós nem éramos tão boas amigas assim. E ela me respondeu algo intrigante:
- É você quem não me deixa ir embora.
Eu olhei para frente, para aquela praça tão familiar, para as flores, para os bancos de madeira, à direita, com corações gravados, para o vento a me abraçar, para os rostos tristes envolta do balanço, à esquerda, tão disputado durante o dia pelas crianças e para a solidão nele sentada, na noite, rodeada de pessoas, de almas perdidas.
- Não sabia que você tinha tantos amigos assim, saudade. Incrível, porque você é o sentimento mais popular entre os homens. Nem mesmo a raiva possui uma vida tão movimentada.
Parei para refletir. Então quer dizer que o que nós mais sentimos é solidão. Até que fez algum sentido. Pois tudo passa, até o amor. Mas a solidão não passa, mesmo você estando em meio a uma multidão. Às vezes, você tem tudo e todos que importam à sua volta, e os sentimentos também. Algumas vezes até com os anjos presentes, o vazio aparece. E nem se sabe o porquê. É, solidão, percebi que eu era apenas mais uma velha amiga sua. Mais uma dentro de suas peças pregadas na peça da vida. Enfim, mais um amigo. De repente, após esses momentos de silêncio, a saudade cortou meus pensamentos com mais uma fala curiosa:
- Você me trouxe aqui para nos resolvermos, não para se distrair com a solidão. Estou cansada já de perder pessoas que preferem a companhia dela à minha presença.
- Por que? - Eu já sabia a resposta, mas era só para concretizar.
- Pelo óbvio. É muito mais fácil lidar com o vazio do que com as lembranças.
Eu sabia. E ela sabia que eu sabia. Mesmo assim não se incomodou em me responder. É assim que é a saudade. Nós a tememos, ignorantemente. Diferente do que pensamos, a função dela não é nos atormentar ou nos fazer sentir dor, mas sim demonstrar como o passado foi bom e valeu a pena. Agora que aprendi a ver a vida como ela é e não como eu gostaria que fosse, não vou mais sofrer. Eu não quero ser vazia. Adeus solidão.
- Vamos embora saudade? Está ficando tarde.
- Você quer que eu te acompanhe?! Pensei que terminaríamos por aqui.
- Venha, eu prefiro você à solidão.
- Está bem, mas eu tenho alguém que para poder seguir com você terei que levar também.
- Quem?
E ele apareceu, com o rosto vermelho e um meio sorriso. Era o Amor. Um tanto quanto sem jeito por ter me feito cair em suas armadilhas.
- Tudo bem, respondi.
- Oi, ele disse. Sei que você não está muito contente comigo ultimamente, mas ...
- Fique tranquilo, interrompi com uma voz sincera. Tudo bem. Venha, na minha vida você é sempre bem vindo.

E por lá fomos, eu, a saudade e o amor. Noite adentro.. A lua sorria..."

Giovanna Malavolta (alterado)

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