Let's travel?

Let's travel?
Entre sem bater.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fly, butter, fly. Butterfly.

Quando me deparei, meus olhos estavam abertos, perdidos, meu olhar estava morto, o corpo pendendo, solto, no escuro. Minha alma não estava ali. Ela havia viajado, sem permissão, para alguns anos antes. As cores, o cheiro, a textura! Tudo tão real! Tão nítido! Vivi novamente alguns minutos, que me pareceram tão próximos. Pude ouvir as vozes, enxergar cada sorriso, momentos tão alegres. Tentei me lembrar de como foi que tudo acabara. (Não sei). Em qual esquina... aquela época, tão indefesa, fora abandonada? Em qual gaveta do tempo... a época fora guardada e esquecida? Aquelas pessoas, que hoje já não existem. O lugar mudou de nome. De cores, de cheiro, de textura. Um furacão levou tudo embora. Tudo. Tudo? Já nem sei mais o que é tudo. E aquele momento eu jamais haveria de visitar, não fosse minha alma teimosa ter perambulado, sozinha. No escuro, então, meu olhar despertou. Despertou com uma lágrima, que nasceu lá, naquele lugar, naquele momento, tão longe nesse espaço chamado tempo, e veio morrer no meu lábio. O momento seria, novamente, esquecido. Esquecido assim que a lágrima secasse, e ela secou.


R.L.A.

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