Let's travel?

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Entre sem bater.

sábado, 26 de maio de 2012

lar, estranho lar

É muito esquisito quando você passa a se sentir um estranho. Dentro da própria cidade, da própria casa, da própria alma. Por que não podemos ser donos de nossas próprias vidas, rotinas e destinos? Eu estou tão cansada. Cansaço, esta palavra define tudo. Tudo o que venho sentindo. Vontade de mandar tudo pro inferno, mandar todos pro raio que os parta, gritar pro mundo que a vida é minha e ninguém tem nada a ver com isso. Quando isso vai acabar? Quando poderei, de fato, ser feliz? Quando deixarão que eu seja feliz? Quando? Quando minha felicidade será permitida, pelas pessoas e pelo mundo? Quando minhas vontades serão respeitadas? Mesmo nos momentos em que estou mais completa, mais feliz, sempre tem algo no meio. Uma preocupação, um desespero, uma falta de tempo, uma mentira, uma ligação, outra mentira, sempre. Quando isso vai acabar, quando, quando, quando? Estou no meu limite. Estou sufocada. Sem ar. Palpitação, lágrimas não cansam de escorrer e sumir. Sinto uma dor no peito que chega a ser física, e há muito tempo eu não me sentia assim. Por um lado, um lado bem pequeno, é bom, porque me sinto viva. Sinto que ainda sinto. Mas por outro, ai, por outro, não tenho mais paciência com nada, com ninguém, tudo me incomoda, qualquer coisa é motivo pra meu coração explodir de infelicidade, meu corpo inteiro querer gritar, berrar, me deixem em paz, por favor, eu imploro por um pouco de paz! Sinto vontade de fugir, não sei para onde, não sei por quê. Me sinto outro dentro do meu próprio eu, e esse outro não sou eu, e eu quero muito que ele vá embora, e logo. Como é ruim essa sensação de não ser você, nem no próprio quarto, nem no próprio corpo, muito menos no próprio lar, estranho lar...

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