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Entre sem bater.

sábado, 2 de abril de 2016

Seus defeitos perfeitos

Fazia tanto tempo que eu não chorava... Não sou muito sentimental, quem me conhece sabe que a casca é grossa e não deixa muita coisa passar. Agora aqui estou. Às duas horas da manhã, sozinha, me debulhando em lágrimas que nem sei de onde vêm. Releio algumas coisas que você me escreveu. A verdade é que já faz quase um ano, e ainda não consegui entender o que aconteceu, por que aconteceu, como aconteceu. Será que me arrependi? Ainda não sei dizer. Mesmo um ano inteiro depois, ainda não consigo definir meus próprios sentimentos. Só sei que ainda dói. Aliás, dói demais. Era tudo tão lindo e perfeito, você era tão lindo e perfeito. Agora está sendo lindo e perfeito nos braços de outra pessoa, e isso dói tanto que chega a faltar o ar pra respirar. Prefiro não pensar pra conseguir continuar vivendo, mas, às vezes, sem minha permissão, as lágrimas começam a sair e não param, juro que eu tento impedir, mas elas continuam e insistem em molhar o papel e se misturar às palavras que eu escrevo. Por que, por que, por que? É só nisso que consigo pensar. Mas a resposta para essa pergunta parece não vir. Achei que seria fácil. Eu que sempre me apaixonei com tanta facilidade antes de te conhecer, me apegava, me entregava, até sofria! Agora parece que ninguém mais é suficiente. Sempre acabo comparando a você, virou um vício tentar encontrar você em outra pessoa. Tentativas totalmente inúteis que só me fazem ter mais certeza de que você é único. Talvez eu ainda te ame. Talvez eu nunca tenha deixado de te amar, nem por um segundo. É só que, às vezes, a vida prega algumas peças. O destino, às vezes, é cruel. E nossos sentimentos, injustos. Quase um ano se passou e agora sinto uma solidão tão grande que nada nem ninguém parece capaz de cobrir um pedacinho do vazio, sequer. Você sempre me completou, com você eu me sentia forte e capaz de tudo. Agora me sinto minúscula. Minúscula e absurdamente frágil, capaz de quebrar a qualquer momento. Me sinto vazia, oca, sem graça, sem cores. Apenas mais uma pessoa, perdida, em meio a um mundo cruel e cheio de pessoas tão cheias de defeitos, defeitos que eu não estou disposta a encarar, a aceitar. Só eu sei a falta que eu sinto dos seus defeitos. Seus defeitos tão perfeitos.

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