Let's travel?

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Entre sem bater.

domingo, 24 de junho de 2018

Há males que vê pra bem, gratidão pela dor

Eu andava bem pilhada, né. Palpitações, falta de ar, crises de choro e tudo aquilo que eu havia comentado no post anterior. Sabe, tem horas que eu quero abraçar o mundo, aí vejo que meus braços não são compridos o suficiente. E por isso deu todo aquele pane, e tudo mais. Deu toda aquela ansiedade de querer fazer mais e mais. E vendo que eu não era capaz, estava sofrendo. Aí meu corpo resolveu me parar. E no auge de uma situação em que eu não poderia faltar, ou melhor, tinha certeza de que não poderia faltar, eu simplesmente apago. Me vejo caída e sem forças pra levantar, a vista totalmente escura, a mente girando, o estômago embrulhado, querendo colocar pra fora algo que nem possuía, lágrimas rolando perante toda aquela impotência totalmente inaceitável. Então sou levada pra casa praticamente arrastada, porque eu ainda queria lutar contra mim mesma permanecendo ali, insistindo naquilo que meu corpo implorava pra parar. E aí, aos poucos, vou desacelerando. Hora após hora eu vou escutando meu próprio corpo me alertando de que os últimos tempos não andavam sendo nada saudáveis. Então a respiração vai desacelerando. O coração vai desacelerando. Pensamentos idem. Frequência também. Tudo mais calmo e tudo muito melhor. Dois dias fechada no meu próprio mundo, dentro da minha casa e do meu corpo, em uma paz que há tempos não sentia. Parei pra pensar em como nós somos incríveis por dentro e por fora. Meu inconsciente simplesmente decidiu adoecer meu corpo pra provar pra mim o quanto eu estava sendo nociva pra mim mesmo, baixando minha vibração por conta de uma aceleração absurda de querer fazer e querer ser mais do que eu sou capaz. E é impossível não sentir gratidão por essa dor absurda que estou sentindo na região abdominal desde ontem, impossível não me sentir maravilhosamente bem com esse enjoo que insiste em me acompanhar há mais de 30 horas consecutivas. Há males que vêm pra bem, não é esse o ditado? Quase todos, aliás. Praticamente todos.

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